Miss mexicana e parceiro roubam garrafas de vinho no valor de 1,6 milhões de euros

CNN Portugal , MJS
21 jul 2022, 15:22
Adega Hotel Restaurante Atrio

Casal foi detido esta semana por suspeitas de terem roubado 45 garrafas de vinho do hotel Atrio, em Espanha, em 2021. Depois de nove meses de investigação, foram apanhados na Croácia. Do vinho nem sinal

Priscila Lara Guevara, 28 anos e miss mexicana em 2016, fez reserva no hotel-restaurante Atrio (duas estrelas Michelin), utilizando uma identidade suíça falsa. Vestida com peruca escura, óculos escuros e máscara, anunciou na receção que jantaria naquela mesma noite, 27 de outubro de 2021, com um acompanhante.

Não era a primeira vez que o casal se hospedava no hotel, na cidade de Cáceres. Os dois suspeitos já tinham visitado o Atrio três vezes antes do assalto. Jantaram e, como é tradição no hotel, receberam uma visita guiada à adega, segundo declarações da polícia.

Passava da uma da manhã quando Priscila encomendou comida através do serviço de quartos. O pedido terá sido feito depois da cozinha estar encerrada e serviu o propósito de distrair os empregados do hotel. Depois da salada, a ex-miss ainda pediu uma sobremesa. 

Enquanto isso, segundo as autoridades, Constantín Gabriel Dumitru, o parceiro, conseguiu aceder à adega, com uma chave que já teria roubado.

O homem, nascido na Roménia e com nacionalidade neerlandesa, encheu três mochilas com garrafas, embrulhadas em toalhas para não as danificar, adiantou a polícia local.

Por volta das cinco e meia da manhã, o casal fez o check out e abandonou o hotel, sem deixar rasto. Como os assaltantes utilizaram uma identidade falsa, a polícia não desconfiou da dupla, e durante algum tempo acreditou que o golpe teria sido levado a cabo por um grupo organizado.

Entre as garrafas roubadas estava um Chateau d´Yquem de 1806 no valor de 300 mil euros. Com as restantes 44, o assalto perfaz um total de 1,65 milhões de euros.

Essas garrafas fazem parte da minha história pessoal, da história do Atrio, mas também de Cáceres, dos seus cidadãos, de todos os amantes do mundo do vinho, disse o cozinheiro Toño Pérez ao jornal espanhol El País.

Uma investigação de vários meses

Passaram meses até que os investigadores de roubos da Unidade Central de Crimes Especializados e Violentos (UDEV) e da Polícia Judiciária de Cáeres os identificassem.

Acabariam por chegar a um homem que tinha sido preso duas vezes em Madrid por roubar garrafas de vinho de lojas gourmet. A aparência combinava com a gravação das câmaras de segurança do hotel. 

Os agentes chegaram à casa do casal, em Madrid, mas a dupla criminosa já tinha fugido de Espanha. 

Durante nove meses, as autoridades foram seguindo o rasto do casal pela Europa e a colaboração com a polícia de outros países deu frutos. Descobriram que os fugitivos estiveram pontualmente na Roménia e que Constantín teria sido preso por roubar garrafas de vinho no aeroporto de Genebra (Suíça).

Esta semana foram finalmente intercetados na fronteira entre a Eslovénia e a Croácia.

Para já, estão sob a alçada das autoridades croatas, à espera de ficarem à disposição da justiça espanhola que os levará a julgamento. As 45 garrafas de vinho ainda não foram recuperadas.

 


 

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