Pedro «StiffWrist» Rebocho: a polivalência chega ao Rap

21 mai 2015, 10:27
Pedro Rebocho (foto: FPF)

Lateral do Benfica é um dos jogadores da seleção portuguesa que vai participar no Mundial sub-20

[foto: FPF]


* com Maria Gomes de Andrade


Lateral esquerdo de raiz, Pedro Rebocho está habituado a «dar uma perninha» no lado direito da defesa, mas a polivalência chega ao Rap. Uma paixão que o converte em «StiffWrist».

«A música é um hobbie, algo que gosto de fazer fora do futebol. Ocupa-me o tempo e não me leva para outras coisas. Ajuda a libertar energias», diz o jogador da seleção portuguesa, que vai disputar o Mundial sub-20.

Nascido em Évora, Pedro Rebocho é um alentejano convertido ao Rap. «Já se faz muito Rap por lá, mas de qualquer forma vim para Lisboa com doze anos. Oiço Rap desde os oito ou nove anos, e há dois ou três anos comecei a ter vontade de fazer Rap. Comecei a escrever e comecei a gravar coisas», explica o defesa do Benfica, em entrevista ao Maisfutebol.

As redes sociais são um espaço privilegiado para divulgar esta paixão. Pedro Rebocho, ou «StiffWrist» (pulso firme, em inglês), já partilhou no «Instagram» alguns videos de rimas improvisadas no balneário.

«Os colegas pedem, às vezes, mas eu não gosto muito. Prefiro escrever no quarto e gravar. Ainda não tenho esse à-vontade», confessa.

Foi na pacatez do lar que Rebocho criou a sua primeira música, intitulada «Intenções». «Foi um processo rápido. Estava em casa a ouvir um instrumental de uma música que gosto muito e decidi escrever. Fala da intenção de um rapaz ou de uma rapariga com o seu parceiro. É uma espécie de desgosto amoroso. Foi o primeiro tema que abordei», explica.



Uma das influências de Rebocho é o amigo Johnny Valas, o autor de «Dragões e Demónios», a música que normalmente ouve antes de entrar em campo.



Desafiado a escolher a música que melhor descreve a convocatória para o Mundial sub-20, Rebocho volta a escolher Johnny Valas, com «Não duvides». «Fala de um soldado não desistir da guerra, ir em busca de algo», explica.



A presença no Mundial «é um orgulho enorme», diz. «Sempre foi um sonho, é uma sensação extraordinária. Fico muito grato, e dá-me responsabilidade para trabalhar cada vez mais, para ser melhor a cada dia que passa.»

O lateral diz que é preciso «pensar jogo a jogo», defendendo que a seleção deve «estar focada na fase de grupos e dar tudo para seguir em frente». Para Rebocho «não há favoritos», pois «muitas vezes são esses que ficam pela fase de grupos, e à final vão os outsiders».

Recrutado pelo Benfica ao Juventude de Évora, quando tinha 12 anos, Rebocho chega ao Mundial sub-20 depois de uma temporada na equipa B encarnada. A formação principal é o patamar acima, mas o lateral mostra-se prudente quanto à possibilidade de dar esse salto em breve.

«Não costumo dizer que vou lá chegar, pois é uma incógnita. Depende de muita coisa, do nosso trabalho, das escolhas do mister. O meu trabalho é dar o meu melhor, no limite das minhas capacidades», diz.

O sonho tem banda sonora própria, mas a música é vista apenas como uma paixão complementar. «O meu foco principal é o futebol. Se me desviar muito disso vou ficar sem saber o que quero. A escrita é um hobbie, e penso que não vai passar disso», admite.

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