Play-off Mundial feminino: Portugal-Bélgica, 2-1 (crónica)

6 out 2022, 20:26

Marchar rumo ao sonho

Não é certo que seja só mais um jogo, mas Portugal está mais perto de uma qualificação inédita para o Mundial feminino de futebol. Em Vizela, esta quinta-feira, a equipa comandada por Francisco Neto arrancou a vitória aos 89 minutos, batendo a Bélgica por 2-1 na primeira eliminatória europeia do play-off e tem encontro marcado com a Islândia na próxima terça-feira, em Paços de Ferreira.

«(…) Contra os canhões, marchar, marchar!». Cantou-se com emoção o hino em solo vizelense, num estádio não cheio, mas com boa casa na caminhada da seleção rumo a um apuramento inédito para a maior prova de seleções.

E foi também a marchar que nasceu a vitória… Ou não fossem os golos terem nascido a partir dos pés de Joana Marchão. Duas assistências da lateral-esquerdo originaram os golos de Diana Silva e Fátima Pinto, que aproveitaram a qualidade do pé esquerdo da jogadora do Parma para desviarem um cruzamento e um canto.

Um final dramático, mas de grande felicidade para Portugal. E que o digam Francisco Neto e Jéssica Silva, que prolongaram um abraço após o apito final, ambos de lágrimas nos olhos.

Em campo, Portugal mostrou rigor tático e inteligência a anular o melhor jogo da Bélgica, pressionando alto e recuperando a bola em zonas adiantadas, impedindo a equipa de Ives Serneels de chegar à baliza de Patrícia Morais com mais perigo.

Jéssica Silva teve uma grande ocasião aos cinco minutos, depois de Joana Marchão ter lançado Diana Silva com qualidade pela esquerda, mas a bola saiu um tudo-nada ao lado. A Bélgica só assustou no erro de Portugal: Diana Gomes perdeu a bola e Wullaert isolou-se, mas Patrícia Morais evitou a festa da goleadora do Fortuna Sittard (14m).

Portugal estava bem, seguro e a eficácia chegou aos 29 minutos, num bom e bonito lance: Andreia Norton recuperou no meio e serviu Joana Marchão para um belíssimo cruzamento na esquerda, concluído por Diana Silva, jogadora do Sporting, na área: 1-0.

Numa fase em que Portugal estava bem e perto de seguir para o descanso em vantagem, uma infelicidade de Joana Marchão a remate de Cayman – bola no braço, na área – ditou um penálti confirmado com recurso ao vídeo-árbitro e a qualidade e certeza de Wullaert fizeram o resto da marca dos onze metros: 1-1 aos 40 minutos, apesar de Patrícia Morais ter adivinhado o lado.

A intervenção do VAR, aplicado neste play-off, seria relevante na segunda parte, com um golo anulado à Bélgica e a expulsão de Tysiak pouco antes do 2-1.

Após o reatamento, Portugal quase marcou, mas Evrard emergiu a negar o golo a Fátima Pinto (52m). A Bélgica respondeu, teve um bom período à entrada para os últimos 25 minutos e desperdiçou por Cayman um golo certo que até surgiu por Wullaert, não fosse o VAR confirmar fora-de-jogo, negando o bis à belga.

Aos 85 minutos, a recém-entrada Andreia Jacinto criou espaço pelo meio e assistiu Diana Silva, que foi travada por Tysiak. A ucraniana Kateryna Monzul apitou penálti e mostrou amarelo à belga, mas foi ao monitor e mudou a decisão para livre e vermelho à defesa, que apenas esteve sete minutos em campo.

Do livre nasceu uma bola ao ferro por Carole Costa e o canto que decidiu o jogo: Joana Marchão bateu do lado direito e, na área, Fátima Pinto, que esta época joga nas espanholas do Alavés, concluiu de cabeça para pôr Portugal a marchar rumo à Capital do Móvel, dentro de cinco dias.

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