Fernando Santos promove «liberdade total»: «Não podemos ser matraquilhos»

27 nov 2022, 13:27
Conferência de imprensa da seleção de Portugal

Selecionador sente que a equipa está a evoluir na imprevisibilidade ofensiva, sempre consciente do equilíbrio

O selecionador nacional deixa claro que quer «liberdade total» para a equipa, no plano ofensivo. A criatividade e mobilidade que Portugal mostrou no ensaio com a Nigéria, por exemplo, mas que não conseguiu reproduzir frente ao Gana, na estreia no Mundial. Pelo menos nos 35 minutos, de acordo com a análise de Fernando Santos, que acredita que a equipa está a evoluir nesse sentido, sempre consciente de que não pode perder o equilíbrio.

«Houve uma pequena variante entre Nigéria e Gana. Jogámos muito bem. Não jogámos muito muito bem. Mas nos primeiros 30 minutos faltou aquilo que eu sei que os meus jogadores têm para dar, que é imprevisibilidade. Fomos lentos na circulação. Tivemos uma segurança extrema, mas podemos ter a mesma segurança, libertando mais o jogo. A variabilidade do jogo. Não é só entrar à esquerda ou direita, é entrar pelo meio, é atacar com os dois laterais. Isto pode ser feito com uma dinâmica maior, e os jogadores têm capacidade para fazer isso. Foi o que faltou para ser muito bom, fazer isso naqueles 30 minutos», analisa o selecionador, na antevisão do jogo com o Uruguai.

«Na segunda parte tivemos momentos contrários. Se calhar fizemos coisas acima neste aspeto, da imprevisibilidade, mas, por outro lado, fizemos coisas que não foram tão boas, noutros momentos do jogo. Não pressionámos da mesma maneira, não defendemos da mesma maneira. E quando é assim, eu prefiro a primeira, pois assim vou ganhar. Mas se conseguirmos este salto qualitativo... Sinto nas conversas que estão focados nisto, o que se pede ao jogo e o que podem fazer lá dentro. São livres para jogar, desde que as regras sejam cumpridas. Sem amarras. Eu dizia ontem aos jogadores que não podíamos ser matraquilhos. Mas também temos de defender bem, se não os matraquilhos partem-se», acrescenta.

Logo a seguir, Fernando Santos reforça a ideia de «liberdade total». «Sabendo como se devem reorganizar. Sem quintais. Sem nome e sem número. Não tens de fechar aqui ou ali. Eles sabem que, em posse, é criatividade total. Não fomos capazes de o fazer na primeira parte com o Gana, até aos 35 minutos. Nos últimos dez minutos melhorou muito. A estreia num Campeonato do Mundo pesa um bocado. Houve ali uma fase de controlo do jogo que foi muito importante para eles. Tiveram dificuldade em soltar a amarra, com medo que depois não funcionasse tao bem. Estou a jogar num sistema muito mais híbrido. Não me interessa se o Bernardo está à direita ou no meio, ou mais atrás. Ou o Bruno. Se o Félix está mais por dentro ou fora. Eu quero é que isso aconteça, em segurança. Com bola. Nesta anarquia, entre aspas, não perderes a bola fácil, a capacidade de reagir à perda. E quando o adversário entra em posse, teres a capacidade de entrar rapidamente em organização defensiva. Sei que a equipa está a evoluir bem neste plano, já há algum, tempo, e confia, que é também importante», sustenta.

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