Fernando Santos e o futuro na seleção: «Vou falar com o presidente»

10 dez 2022, 17:43
Fernando Santos

Selecionador assume que a equipa estava convencida de que chegaria à final e não garante continuidade

Declarações de Fernando Santos, selecionador português, na flash interview à SIC Notícias após a derrota da seleção nacional frente a Marrocos, por 1-0, nos quartos de final do Mundial 2022:

«[Faltou rapidez na primeira parte. Porquê?] Pois não sei. E, se calhar, não vou a tempo para saber porque já não vou estar com os jogadores. Vamos estar daqui a nada, mas não vamos agora pensar no jogo e no que terá acontecido. Mas, ao intervalo, falámos sobre isso, disse aos jogadores que faltou velocidade, criatividade, que era o que tínhamos desenhado e sabíamos que o jogo tinha essa complicação. Mas também sabíamos e pensávamos que podíamos desmontá-las. Tínhamos visto o jogo de Espanha e, na minha opinião, uma das dificuldades de Espanha foi não criar momentos de um contra um que desequilibrasse o adversário, jogadores a aparecer de fora para dentro e laterais a dar largura, criar movimentos diferentes. Mas não conseguimos. Circulámos a bola atrás e deixámo-los confortáveis, apesar de termos o controlo do jogo e estarmos em cima. Criámos duas ou três oportunidades, mas depois fomos penalizados com um golo.

Ao intervalo, o empate já era mais que injusto, apesar de não termos feito uma exibição brilhante, longe disso. Disse aos jogadores para terem a cabeça no lugar, porque a sua capacidade ia dar a volta ao jogo. Era preciso imprimirmos essa velocidade no jogo. Entrámos com essa vontade de criar dinâmicas diferentes, fizemos alterações logo a seguir e fomos conseguindo encostar e criar situações. Nos dez minutos finais e na compensação entrámos num modo de ansiedade. Circulámos, mas faltou tentar algo diferente no último terço. Caímos muito na tentação de cruzar e podíamos ter feito melhor, mas os jogadores quiseram muito.

Também faltou uma pontinha de sorte. O Pepe, no último jogo, fez um golo num excelente cabeceamento e hoje, num lance menos difícil, não conseguiu fazer o golo. Vontade tinha ele, mas foi uma desilusão muito grande para todos. Estávamos convencidos, pela alegria, prazer e confiança que a equipa demonstrava no dia a dia que íamos até à final. Não conseguimos.

[Ruído em torno de Ronaldo teve influência?] Não teve influência. Nenhuma. Zero.

[Gestão desportiva de Ronaldo] Não mudava nada. Em termos de equipa, não posso pensar com o coração. A decisão estratégica que tomei, se for vista pelo coração, se calhar foi das mais difíceis que tomei. Mas tive de pensar com cabeça e fazer o que achava melhor para a equipa. Pensarem que acho que o Cristiano já não é um grande jogador… não tem nada a ver com isso.

[Vai continuar na seleção?] Vou falar com o presidente [n.d.r. Fernando Gomes], naturalmente. Vamos falar sobre esse assunto.»

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