Mundial 2022: Países Baixos-Equador, 1-1 (crónica)

25 nov 2022, 18:40

Uns bem no centro, outros nos antípodas

De mãos dadas na liderança do Grupo A à entrada para a 2.ª jornada; de mãos dadas seguem à saída dela.

Depois das vitórias a abrir sobre Senegal e Qatar, respetivamente, Países Baixos e Equador empataram a um golo, num jogo em que a seleção do continente europeu podia selar o apuramento para os oitavos de final do Mundial (seria a primeira de todas a reservar lugar), mas no qual fez pouco para o merecer.

Diante de um Equador equilibrado, enérgico e voluntarioso, os neerlandeses estiveram nos antípodas daquilo que podem e sabem fazer. O melhor de tudo, entre a posse de bola estéril, passividade e falta de criatividade, foi mesmo o bom golo de Cody Gakpo aos 6 minutos.

A metade inicial da primeira parte esteve longe de ser interessante e o golo mais madrugador – até esta sexta-feira à tarde – neste Mundial 2022 pareceu ter o efeito contrário do desejado. Na equipa que estava na frente, que pôs o pragmatismo (terá sido isso mesmo?) à frente do seu ADN de querer sempre mais; e na equipa que perdia, que só a partir do primeiro remate (Moisés Caicedo aos 24m) pareceu acreditar que era possível ser a melhor das equipas em campo e que, afinal de contas, aquele respeito inicial pelo adversário fora manifestamente exagerado.

Com o lado esquerdo, a funcionar bem, os equatorianos estiveram perto de empatar aos 33 minutos, quando Enner Valencia, jogador do Fenerbahçe de Jorge Jesus, rematou colocado para grande defesa de Noppert, e chegaram mesmo a celebrar já nos descontos da primeira parte, mas a equipa de arbitragem anulou o golo a Estupiñan por fora de jogo posicional do ex-boavisteiro Porozo, que estava a tapar a visão do guarda-redes neerlandês.

Aos 49 minutos – tardiamente, diga-se – Enner Valencia empatou o jogo e igualou um registo de Eusébio da Silva Ferreira: marcar seis golos seguidos de uma seleção num Mundial. Notável!

O golo sofrido não despertou os Países Baixos de um sono profundo. A equipa de Louis van Gaal continuou a ser meramente reativa, a ver os equatorianos ganharem a maioria dos duelos e a terem mais iniciativa.

Aos 59 minutos, o ex-Sporting Gonzalo Plata acertou na barra e só depois disso viu-se um pouco mais, mas sempre pouco, muito pouco, de uma laranja que não conseguiu sequer melhorar consideravelmente após a entrada da estrela Memphis Depay após o intervalo.

Aos 66 minutos, os neerlandeses efetuaram apenas o segundo (e último) remate em todo o jogo e esse, de Koopmeiners, passou tão longe do alvo como os Países Baixos do seu real valor durante todo o jogo.

Na reta final, os equatorianos desaceleraram na legítima ambição de vencer. Afinal de contas – e as contas devem fazer-se num Mundial – o ponto que tinham na mão deixava fora do Mundial o anfitrião Qatar, mas deixava-lhes– era isso que lhes importava – os oitavos de final à distância de dois resultados: a vitória ou o empate frente ao Senegal no fecho do grupo.

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