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Tira o pé do chão

5 dez 2022, 20:56
Seleção brasileira (AP)

Ai vale brincar, é isso? Vale dançar? Vale dar toques como uma foca? Vale meter o selecionador a imitar um pombo? Vale tudo, é o Brasil.

O Brasil não venceu a Coreia do Sul, o Brasil despachou a Coreia do Sul num instante. Claro que já sabíamos que eram favoritos, mesmo contra uma seleção que ainda na sexta-feira passada parecia mesmo bem estruturada, mas o que foi impressionante hoje foi como se divertiram a fazer isto.

São os oitavos de final de um Mundial, pensávamos que era uma coisa séria. As equipas não querem sofrer golos (ainda de tarde vimos um Japão-Croácia em que quase tinha de se pedir por favor antes de arriscar qualquer coisa) e quem errar corre o risco de ser eliminado por um mínimo detalhe.

Mas quem é que pensa em errar, quando se tem Neymar, Richarlison e Vinícius? Quem é que quer levar a sério uma coisa que pode ser tão divertida? O Mundial parece o recreio do Brasil, e tem sido bom ver os miúdos à solta. Alguns vão criticar, certamente, porque dançar não parece o maior dos respeitos para com o adversário. Mas samba não é gozo, samba é Brasil.

Creio que a relação do Brasil com os Mundiais, aliás, é como a do Real Madrid com a Liga dos Campeões: em princípio, eles vão ganhar. Enquanto as outras equipas sonham vencer o troféu, os brasileiros sabem que o vão vencer, mais tarde ou mais cedo.

Enquanto discutimos se a França sente a falta de Pogba e Kanté, ou se a Espanha se vai perder outra vez na posse de bola, ou se a Argentina é ou não mais do que Messi, o Brasil está bem resolvido: é isto, e isto bem pode chegar para ser campeão do mundo.

O Mundial é sempre do Brasil, até prova em contrário. E já há quem tenha provado isso mesmo muito a sério, como a Alemanha em 2014, quando venceu a equipa da casa por 7-1. Contra os brasileiros tem de ser assim: ou é à grande, ou há uma grande hipótese de não ser.

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