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Pagaram bilhete para ver Ronaldo, viram o melhor Portugal

6 dez 2022, 21:50
Durante os hinos, as objetivas focaram-se apenas no banco de Portugal (imagem AP)

Tantas vezes criticado, Fernando Santos obteve hoje uma vitória das suas próprias escolhas e dos seus próprios riscos.

Fernando Santos não teve pressa de tirar Cristiano Ronaldo contra a Coreia do Sul, mas também não teve pressa de o colocar em campo hoje. Depois das palavras que todos viram na televisão na última partida, o selecionador nacional praticamente não tinha hipótese: se acima de todos está a equipa, até o capitão tinha de ir ao banco depois daquilo.

Sem Ronaldo, Portugal não só venceu a Suíça por uns claros 6-1, como apareceu mais solto do que nunca: João Félix parecia outro, Bernardo Silva atreveu-se mais, até William Carvalho estava mais rápido (sem piadas e memes, vá lá). E, claro, como Fernando Santos já nos habituou noutros momentos, houve aquela pontinha de sorte na escolha do substituto da grande estrela da seleção.

Ao ver o onze titular, muitos terão pensado porque não era ainda o momento de Rafael Leão (já agora, pausa para apreciar o golaço do avançado português). Fernando Santos escolheu Gonçalo Ramos e o jovem, que se estreava assim a titular num Mundial, respondeu com três golos. Não é obviamente só sorte, mas tudo conta.

Agora, passámos da habitual depressão, para a demasiada euforia. O principal problema que o selecionador nacional terá nos próximos dias será responder cerca de um milhão de vezes ao que todos querem saber: Cristiano Ronaldo vai continuar no banco? A resposta parece ter sido dada em campo, mas as bancadas deste Mundial discordam.

Durante vários minutos deste jogo, ouviram-se muitos pedidos de "Ronaldo! Ronaldo!". Os adeptos que pagaram bilhete para uns oitavos de final de um Campeonato do Mundo no Catar queriam ver mais tempo do capitão. Percebo, todos nós queremos ver os melhores, nem que seja por apenas 20 minutos. Por agora, o que lhes tenho a dizer é que, às tantas, 20 minutos chegam perfeitamente.

Foco no que agora importa: sábado há jogo com Marrocos. Lembram-se daquele Europeu em que as seleções supostamente favoritas iam caindo aos poucos e a seleção nacional defrontava sempre os underdogs? Pois.

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