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Não fiques assim, rapaz. É só o Messi

13 dez 2022, 21:18
Gvardiol a marcar Messi. Foto: AP

A Argentina venceu a Croácia por 3-0 e está na final do Mundial. O primeiro golo foi de penálti, o segundo foi um golpe de sorte, mas o terceiro... o terceiro foi Lionel Messi

Josko Gvardiol tem apenas 20 anos e um futuro muito promissor, se por futuro entendermos já todos os dias a seguir a este Mundial. Como uma das maiores revelações desta competição, é natural que já alguém esteja a pensar perder a cabeça e juntar uns 100 milhões de euros para o ir resgatar ao Leipzig.

O defesa croata, que joga com uma máscara por causa de uma lesão recente e parece um super-herói, está naquelas listas de estatísticas que impressionam os mais desatentos. Antes da meia-final com a Argentina tinha, por exemplo, 86% de sucesso nos desarmes. O que significa que 86% dos adversários que tentavam passar por ali, não conseguiam.

Richarlison tentou, Lukaku sofreu, até os agora muito elogiados marroquinos não conseguiram mais do que contribuir para este estatuto: Gvardiol fez um excelente Mundial e merece que andem todos os Real Madrid e Manchester City atrás dele. Só que... Messi.

Quando Lionel Messi pegou nesta bola, aos 69 minutos, a Argentina já ganhava por 2-0: o primeiro através de um penálti batido pelo próprio, e que estava a dar discussão nas redes sociais, o segundo num golpe de sorte de Julián Álvarez. 

Citando em parte Diácono Remédios, não havia, portanto, necessidade nenhuma de Messi ter feito isto. Passá-lo em velocidade, depois esperar, depois ir, depois parar e dar uma volta, depois trocar-lhe as voltas outra vez. Que horror, isto não se faz.

O Mundial de Gvardiol podia ter sido imaculado, aliás, poucos teriam aguentado ali tão perto dele, desde o meio-campo quase à baliza, digo quase mas o Gvardiol foi mesmo parar à baliza, a bola é que já estava lá dentro.

E Messi nem sequer marcou, só assistiu. Só que posso apostar desde já que nunca ninguém se lembrará deste bis de Álvarez daqui a décadas, quando estivermos a dizer aos nossos netos pela milésima vez como foi ver Messi jogar. Arrisco mesmo dizer que nem o próprio Álvarez falará disso e dirá apenas, emocionado: "Eu estava lá. Eu vi aquilo de perto. E foi lindo."

A Argentina está na final e fica agora à espera de saber se defrontará os sempre favoritos franceses ou os já nada surpreendentes marroquinos. Aconteça o que acontecer, fique Messi mais perto ou mais longe de Maradona, vamos ter sempre esta jogada e a certeza de que Gvardiol já pode ser um dos melhores defesas do mundo, mas que isso não chega para parar aquele rapaz. 

Mas está tudo bem, Gvardiol, não desanimes que o futuro está mesmo quase a chegar. E obrigada, Messi. Foi lindo.

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