«Prestação da seleção? Os portugueses devem ter memória»

12 dez 2022, 17:59
Gianni Infantino e Marcelo Rebelo de Sousa no Portugal-Gana

O Presidente da República comentou a eliminação de Portugal do Mundial 2022 e recusou comentar o futuro de Fernando Santos

O Presidente da República defendeu que os portugueses devem ter memória quando convidado a comentar a prestação de Portugal no Mundial 2022.

«Acho que nós devemos ter memória – algo que há cada vez menos. A pandemia descompensou as pessoas e puxou pelo emocional, às vezes o irracional, e não pelo racional. As pessoas gostam ou não gostam, de repente (…). As pessoas gostam e desgostam a um ritmo muito acelerado», considerou Marcelo Rebelo de Sousa, citado pela Lusa, durante um aula debate para cerca de 400 alunos na Escola Básica e Secundária de Ourém.

O chefe de Estado salientou que está «sempre ao lado das seleções portuguesas, nos bons e nos maus momentos».

«Recebo-os antes, recebo-os depois, acompanho, torço, nomeadamente nas fases finais e acho que deve ser assim», adiantou, para depois admitir que cada português tem «o direito» a ter as suas preferências e opiniões.

«Mas temos de ter memória, Portugal, com um número de jogadores relativamente inferior a outras sociedades, conseguiu no futebol, nas últimas décadas, uma importância desproporcional ao número de praticantes», destacou.

Segundo o Presidente da República, este sucesso «vem na sequência de uma aposta, ganha, que começou nos escalões jovens».

«E tivemos uns sucessos consecutivos, inesperados, muitos, mas consecutivos, tivemos meias-finais, finais, depois ganhámos o Europeu e a Liga das Nações e a fasquia ficou muito elevada», reconheceu.

Sem nunca referir nomes e admitindo que o afastamento nos quartos de final foi «mais doloroso» para os jogadores que poderão não voltar a disputar um Campeonato do Mundo, o Presidente da República assumiu tristeza pelo resultado, mas também «com outras coisas que correm mal na vida portuguesa».

«Há coisas mais graves na vida do que perder nos quartos de final de um Campeonato do Mundo. É mais grave a situação dos que possam sofrer com inundações, cheias, é mais grave os que possam ter morrido com uma pandemia, é mais grave os que empobrecem com uma crise económica e social», acrescentou, ambicionando «outras vitórias», como no «crescimento económico, no emprego».

Já aos jornalistas, quando questionado se Fernando Santos tem condições para continuar, reiterou que é o momento, como Presidente da República, «de agradecer este percurso até aos quartos de final e registar como isso foi feito, com espírito de grupo, num campeonato difícil, em que gigantes dos mais variados, foram tombando, alguns em momentos anteriores».

«Esta não é a altura de o Presidente se pronunciar, porque o Presidente não tem de se pronunciar sobre uma escolha que é dos responsáveis federativos (...). Agora temos uns problemas internos, mais importantes ainda, e que temos de resolver», adiantou. 

Portugal foi, recorde-se, eliminado nos quartos de final do Mundial 2022 pela seleção de Marrocos. 

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