Mundial 2022: Japão-Croácia, 1-1 (1-3 gp) (crónica)

5 dez 2022, 18:38

Samurais batem na parede Livakovic

Com apenas uma vitória ao cabo de 90 ou 120 minutos, a Croácia segue viva no Mundial 2022.

Nesta segunda-feira, a seleção dos Balcãs colocou um ponto final no roteiro incrível do Japão, que na fase de grupos havia batido dois dos últimos três campeões do Mundo e esteve perto de afastar agora o vice-campeão de há quatro anos.

Os croatas, que estiveram em desvantagem no marcador, só renovaram o visto para continuarem em prova no desempate por penáltis, onde Livakovic brilhou na baliza com três defesas a quatro remates dos nipónicos, que falharam assim a primeira presença da história nos quartos de final de um Campeonato do Mundo.

A nação do Sol Nascente manteve-se fiel ao que fora nos jogos anteriores, com exceção da partida diante da Costa Rica, a única em que era considerada favorita e também a única na qual falhou redondamente, talvez por ter de assumir uma postura dominadora para a qual não foi desenhada pelo menos para o Qatar.

Tal como diante de Alemanha e Espanha, o Japão soube viver bem com pouca bola. Defensivamente, voltou a ter a disciplina de um Samurai e, na frente, foi de uma precisão cirúrgica notável.

A Croácia teve mais bola, passou mais tempo no meio-campo contrário, mas faltou-lhe velocidade para desequilibrar o bloco coeso dos nipónicos, sempre prontos para aproveitar qualquer deslize para verticalizar o jogo na direção da baliza contrária.

Mas foi essencialmente no controlo dos flancos que os croatas tiveram mais dificuldades, sobretudo nos 45 minutos iniciais. Muito envolvido nas missões ofensivas, o lateral-direito Ito descarregou cruzamentos perigosos, mas aos europeus faltava também rigor no controlo do espaço entre os homens do meio-campo e os defesas.

Ainda assim, para uma oportunidade de Taniguchi havia outra de Perisic; para Kamada, Kramaric.

Foi assim quase sempre. Até ao fim.

Mas na primeira parte já não houve responda para Maeda, que inaugurou o marcador para a seleção asiática nos instantes finais da primeira parte.

Pela primeira vez neste Mundial, o Japão chegava ao intervalo na frente de um jogo. E isto era tão mais preocupante para os croatas pelo simples facto de que se tornou um hábito os nipónicos serem ainda mais organizados e, também, letais nas etapas complementares depois de Hajime Moriyasu fazer upload no balneário dos muitos apontamentos tirados.

Os minutos iniciais da segunda parte pareciam mostrar uma Croácia em crise de criatividade, mas de um momento para o outro Perisic apareceu embalado para cabecear para o empate ainda a uma distância considerável da baliza de Gonda.

Depois disso, os croatas cresceram no jogo, mas a cada oportunidade de uma equipa, outra respondia. Aos 58 minutos, apenas dois depois do golo de Perisic, Livakovic negou a Endo nova vantagem dos japoneses, que a seguir foram salvos por Gonda, que negou um golaço a Modric.

Até sensivelmente ao minuto 80 – apesar das várias substituições que ameaçaram quebrar o ritmo – o jogo manteve-se interessante, mas a partir daí as duas equipas evitaram riscos potencialmente irremediáveis.

O prolongamento terminou já sem Modric ou Kovacic em campo; também sem o sportinguista Morita, titular pelo terceiro jogo seguido.

Terminou também sem que nenhuma das equipas conseguisse superiorizar-se ao ponto de justificar outro desfecho que não o (adequadíssimo) desempate da marca dos onze metros, onde Livakovic, com três defesas em quatro remates, desequilibrou finalmente um jogo que ninguém merecia perder.

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