Figura do dia: o Denzel, como Washington, que mereceu um beijo de Van Gaal

3 dez 2022, 23:02
Países Baixos-EUA

Pais deram-lhe o mesmo nome do ator norte-americano que admiravam. Neste sábado, esteve nos três golos que permitiram aos Países Baixos eliminarem os Estados Unidos do Mundial 2022. Em Aruba, pequeno país das Caraíbas, foi visto em tempos como um traidor

Denzel Dumfries foi a figura do Países Baixos-Estados Unidos, primeiro jogo dos oitavos de final do Mundial 2022. O lateral/ala não só desfez todas as dúvidas ao fazer o 3-1 final, como assistiu Memphis Depay e Daley Blind para o primeiro e segundo golos, respetivamente.

Por isso, se havia jogador que merecia uma curiosa manifestação pública de afeto de Louis Van Gaal, era precisamente ele. «O Denzel sabe que anteontem eu dei-lhe um grande beijo e agora vou dar-lhe outro para que vocês possam ver», disse o selecionador dos Países Baixos antes de lhe dar, em plena conferência de imprensa, um beijo na face.

Filho de pai de Aruba - pequeno país das Caraíbas que faz parte dos Países Baixos - e de mãe do Suriname - país situado a norte do Brasil - Denzel foi assim registado em homenagem ao ator oscarizado Denzel Washington. Gostasse ele de soccer e não estaria nada satisfeito com a desfaçatez do rapaz de 26 anos, o primeiro neerlandês desde Rob Rensenbrick (1978) a ter participação direta em três golos numa partida de um Mundial.

Dumfries já nasceu nos Países Baixos e foi no Sparta Rotterdão, um dos clubes da cidade natal, que se estreou como profissional aos 19 anos. Daí saltou para o Heerenveen, onde esteve uma época para depois se transferir para o PSV Eindhoven.

Estávamos em 2018 e Dumfries já era um jogador internacional há quatro anos. Mas internacional por Aruba: duas vezes, ambos jogos particulares, o que lhe permitiu manter aberta a janela para um dia poder ser convocado e jogar pela seleção dos Países Baixos. «Com zero minutos de experiência no futebol profissional, ele disse que escolhia a laranja. Inicialmente toda a gente se riu, claro, até se perceber que ele estava a falar a sério. Aruba é uma ilha de gente orgulhosa, por isso o Denzel foi visto como um traidor», disse em tempos ao Voetbal International Giovanni Franken, selecionador de Aruba em 2014.

Dumfries estreou-se pela seleção principal dos Países Baixos em outubro de 2018 e no ano passado destacou-se durante o Europeu: fez dois golos, antes da eliminação aos pés da Rep. Checa nos oitavos de final. O Inter de Milão contratou-o ao PSV e desde então tem sido presença regular no onze dos nerazzurri.

Neste sábado desequilibrou, juntamente com o outro ala Daley Blind (um golo e uma assistência), o jogo com os Estados Unidos. Dois jogadores recentemente criticados e a responderem à altura: «Fiquei satisfeito também pelo Daley. Honestamente, nós temos sido criticados ultimamente e penso que termos sido importantes para a equipa será uma grande motivação.»

Este texto foi baseado no perfil de Denzel Dumfries que pode ler no dossier dedicado ao Países Baixos, um dos vários conteúdos publicados no âmbito da Guardian Experts’ Network, a rede de meios de comunicação que tem o Maisfutebol como representante português, para partilha de informação relativa ao Mundial 2022.

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