Mundial 2022: Espanha-Alemanha, 1-1 (crónica)

27 nov 2022, 21:20

Bancos deixam tudo em aberto

Morata primeiro, Fullkrug depois.

Os dois avançados saltaram do banco na segunda parte e definiram o resultado do Espanha-Alemanha. Um golo e um ponto para cada lado num belíssimo jogo de futebol, a deixar tudo em aberto para a última jornada num grupo em que a Costa Rica embrulhou as contas ao vencer o Japão.

Num duelo que nunca apuraria a Espanha, nem eliminaria a Alemanha já esta noite, os germânicos viram a missão mais complicada quando Morata bateu Manuel Neuer com uma finalização de excelência aos 62 minutos.

Porém, Niclas Fullkrug, que foi convocado para o Mundial 2022 sem qualquer internacionalização, foi a aposta certa saída do banco de Hansi Flick para o 1-1 final a seis minutos dos 90: segundo golo em três jogos pela seleção e um ponto que não é o ideal, mas é fundamental para a Mannschaft evitar repetir a queda de 2018 na fase de grupos, depois do título mundial de há oito anos.

Em Al Khor, Pedri e Gavi voltaram a espalhar talento técnico e tático do lado espanhol e o talento de Jamal Musiala sobressaiu – e foi decisivo – para a Alemanha não sair com a derrota.

Num duelo entre dois dos últimos três campeões do mundo, houve alternância de domínio e controlo, pressão alta, intensidade e um jogo tático interessante. Um belo espetáculo.

 

Espanha começou por ter mais bola – e de melhor forma – na primeira parte e o perigo chegou num remate potente de Dani Olmo aos sete minutos: Manuel Neuer defendeu para o ferro. Depois, Jordi Alba, com o pior pé – o direito – rematou pouco ao lado (22m). A Alemanha, que pelo meio teve uma só chegada perigosa por Gnabry, que estava em fora-de-jogo, não estava a conseguir contrariar numa fase inicial a boa saída dos espanhóis, mas conseguiu reagir estrategicamente a meio da primeira parte e equilibrou o jogo.

Antes do intervalo, Rudiger até marcou, de cabeça após um livre, mas estava ligeiramente adiantado (41m).

Na segunda parte, a seleção alemã entrou bem e Luis Enrique, ao fim de dez minutos, mudou a ofensiva espanhola, colocando Morata ao centro e passando Asensio para a direita, face à saída de Ferran Torres. O sinal positivo da Alemanha, que passou a responder bem com pressão alta à saída de bola espanhola – algo que tinha sofrido frequentemente na primeira parte – foi justificado com uma recuperação de Kimmich sobre Pedri na meia-lua, que quase deu golo. Valeu Unai Simón e uma grande defesa (57m).

Na resposta, o banco rendeu juros a La Roja, com Busquets a variar do centro para a esquerda e Jordi Alba a receber de Pedri, cruzando rasteiro para Morata ganhar a frente a Sule e fazer o 1-0 com uma execução de elevado nível.

Asensio ainda esteve perto do 2-0, mas a Alemanha cresceu na parte final, defendeu bem, começou a tirar algum jogo aos espanhóis e, depois de nova grande defesa de Unai Simón a Musiala, Fullkrug completou para o empate, aos 84 minutos, uma excelente receção em rotação de Musiala sobre Rodri. Sane ainda esteve perto da cambalhota nos segundos finais, mas os trunfos saídos do banco ditaram o empate.

Na última jornada, a Alemanha está obrigada a vencer a Costa Rica. À Espanha, basta um empate ante o Japão, mas até a derrota pode valer apuramento, mediante o que aconteça no outro jogo e olhando ao saldo de golos finais. Tudo para decidir na quinta-feira.

Para a história, fica um dos belos jogos deste Mundial, que podia ser perfeitamente o duelo da final.

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