"Por respeito" a si que vê futebol, os primeiros seis jogos do mundial tiveram dezenas de minutos de compensação

Agência Lusa , PF
23 nov 2022, 17:19
Tempo de descontos (AP)

Pelo menos é o que diz Pierluigi Collina, presidente do comité de arbitragem da FIFA

Um total de 104 minutos de compensação nos primeiros seis encontros do Mundial 2022 de futebol dão nota da intenção da FIFA de aumentar o tempo útil de jogo, conforme tinha avisado o líder dos árbitros, Pierluigi Collina.

A partida entre a Inglaterra e o Irão, da primeira jornada do Grupo B, que os europeus venceram por 6-2, teve o maior tempo de compensação da história do torneio (29 minutos), equivalente a um prolongamento, se forem contabilizados os 15 minutos concedidos pelo árbitro na primeira parte e os 14 na segunda. Uma parte deveu-se à assistência ao guarda-redes após um choque violento com um companheiro de equipa mas outra parte foi mesmo para compensar todo o tempo perdido em festejos, substituições e afins.

A sensacional vitória conquistada esta terça-feira pela Arábia Saudita sobre a Argentina, por 2-1, no arranque do grupo C só foi celebrada pelos sauditas após 111 minutos de jogo, uma vez que foram disputados sete minutos de descontos antes do intervalo e 14 no final, segundo a informação divulgada no site oficial na FIFA na Internet. Também aqui houve tempo perdido para assistir um jogador da Arábia Saudita que se lesionou com gravidade nos descontos mas também aqui foi compensado o tempo perdido com jogadores no chão, substituições e afins.

O italiano Pierluigi Collina, antigo árbitro internacional e atual presidente do comité de arbitragem da FIFA, já tinha advertido que o “respeito pelos espectadores e telespectadores” levaria o organismo regulador do futebol mundial a tomar medidas drásticas na prova que decorre no Catar até 18 de dezembro.

“Queremos evitar que os jogos tenham 42, 43, 44 minutos de tempo útil. Por isso, o tempo utilizado para efetuar substituições, marcação de grandes penalidades, festejos de golos, assistência médica e para recorrer ao VAR deve ser devidamente compensado”, observou.

O resultado da nova abordagem traduziu-se num tempo invulgar de compensação nos seis encontros já realizados no Mundial 2022, com todos a ultrapassarem os 100 minutos (10 acima dos 90 regulamentares) e o de abertura, entre o anfitrião Catar e o Equador (0-2), a ser o mais comedido, com 12 minutos totais de ‘descontos’.

No Estados Unidos-País de Gales (1-1), os jogadores tiveram de se aplicar durante mais 15 minutos e no Senegal-Países Baixos (0-2) mais 14 – ambos com 11 extra na segunda parte -, enquanto o embate entre Dinamarca e Tunísia (0-0) se prolongou por mais 13 minutos.

“É preciso pensar da seguinte forma: se foram marcados três golos durante uma parte, provavelmente perder-se-ão quatro ou cinco minutos nos festejos até que o jogo seja retomado”, explicou Collina, advertindo que “esse tempo tem de ser compensado”.

O aumento substancial do tempo atribuído pelos árbitros para compensar interrupções durante as partidas do Mundial 2022 vai agravar o desgaste dos jogadores, numa prova disputada pela primeira vez a meio da época e com uma elevada concentração de jogos num curto espaço de tempo.

A condição física dos atletas pode ser posta à prova de forma ainda mais extrema após a conclusão da fase de grupos, quando as eliminatórias trouxerem consigo a possibilidade de se disputarem prolongamentos ‘verdadeiros’ e até desempates por grandes penalidades.

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