Mundial 2022: Brasil-Sérvia, 2-0 (crónica)

24 nov 2022, 21:11

Samba de Richarlison evita caso sér(v)io

É samba. É Richarlison. É espetáculo. É futebol.

O Brasil entrou a vencer no Mundial 2022 com um bis do avançado do Tottenham, que desatou o nulo pouco depois da hora de jogo e bisou mais tarde, para entrar na lista dos grandes golos da prova e do ano.

A equipa comandada por Tite superou, na segunda parte, as dificuldades de uma Sérvia corajosa a povoar o meio-campo ofensivo e a defender muito bem nos primeiros 45 minutos, para começar a ganhar no Qatar.

Valeu, contas feitas, a astúcia de Richarlison na recarga para o 1-0 e uma execução admirável no 2-0 final: receção de pé esquerdo de costas para a baliza e rotação para finalizar de pé direito à meia volta, no ar. Sem deixar cair a bola. É ver e rever.

O número nove evitou um caso bem sér(v)io para a canarinha, que via a missão muito complicada ao intervalo frente à seleção que obrigou Portugal a ir ao play-off de apuramento para o Qatar.

Fez a diferença, no fundo, uma reentrada com mais atitude, ritmo e competitividade do Brasil. Tudo isso encostou mais a Sérvia ao seu meio-campo defensivo e a coesão dos comandados de Dragan Stojkovic, a dar sinais de quebra com o passar do tempo, cedeu pouco depois da hora de jogo.

Na primeira parte, a Sérvia, assente num 3x4x3, teve um trabalho praticamente de excelência de Sasa Lukic e Nemanja Gudelj em zonas centrais, a apoiarem bem o trio recuado na missão defensiva. Mladenovic e Zivkovic, que tentaram dar profundidade na organização ofensiva da equipa, também não facilitaram a defender e Neymar, Raphinha e companhia iam tendo dificuldades. Que o diga o ex-Sporting e Vitória, no duelo direto com Pavlovic.

 

As ocasiões junto da baliza de Vanja Milinkovic-Savic foram escassas. Apenas um canto direto de Neymar, uma combinação de Raphinha com Paqueta e um remate de Vinícius Júnior criaram alguma esperança, mas o 0-0 persistiu (tal como, ao intervalo, em todos os jogos desta quinta-feira).

Na segunda parte, a disposição do Brasil – e, na verdade, o maior talento individual na frente – para ir à procura da vitória, acabaram por fazer a diferença e tiveram na dupla Vinícius Júnior-Richarlison a chave do sucesso. Raphinha e Neymar já tinham deixado dois avisos e foi já quando a Sérvia estava com Ilic e Radonjic em campo (saíram Zivkovic e Gudelj) que o Brasil marcou, pouco depois de um remate de Alex Sandro ao poste.

Neymar desequilibrou na área perante Milenkovic e Richarlison encostou na recarga após um remate de Vinícius defendido para a frente por Milinkovic-Savic, aos 62 minutos, antes de, aos 73, assinar uma verdadeira obra de arte para o 2-0 final, após cruzamento de Vinícius. Pelo meio, a Sérvia ainda cheirou o empate após um canto, mas a vantagem brasileira originou um vendaval de ocasiões para mais golos e espaços que o Brasil nunca tinha encontrado até ao intervalo. Desfecho sem discussão no resultado e uma só preocupação: Neymar saiu lesionado.

No grupo do qual pode sair o adversário de Portugal nos oitavos de final – se a seleção de Fernando Santos se qualificar – o Brasil lidera com três pontos, os mesmos da Suíça. Camarões e Sérvia seguem a zeros.

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