Organização Mundial da Saúde declarou a doença "emergência de saúde pública global". Mas calma - veja este guia, informe-se. E partilhe este artigo
O que é a mpox?
Este é o nome dado à infeção por vírus Monkeypox (VMPX), um vírus zoonótico que pode ser transmitido de animal para pessoa e entre pessoas.
É o mesmo que a monkeypox?
Sim, mas a Organização Mundial da Saúde decidiu, em novembro de 2022, adotar o termo mpox por ser menos estigmatizante e racista do que monkeypox. Ao início era descrita como “varíola dos macacos”, mas, como explica o site do SNS, este termo não se refere e à infeção humana, “mas sim à infeção nos animais” e “não se trata de varíola, doença humana que foi erradicada em 1980”.
Que variante está agora em circulação?
Chama-se Clade 1b, uma variante da Clade 1 que circula na República Democrática do Congo e que é mais transmissível e provoca doença mais grave, sendo considerada mais fatal. O vírus monkeypox é dividido em duas ‘clade’, a 1 (atualmente em circulação) “causa doenças mais graves e mortes”, sendo que “alguns surtos mataram até 10% das pessoas que adoeceram, embora os surtos mais recentes tenham tido taxas de mortalidade mais baixas”, explica o Centro de Controlo e Prevenção e Doenças dos EUA. Já a clade 2, continua o organismo, “é o tipo [de vírus] que causou o surto global que começou em 2022” e cujas “infecções são menos graves”, “99,9% das pessoas sobrevivem”.
Como se transmite a mpox?
“A transmissão humana de vírus Monkeypox pode ocorrer através de pele não íntegra (pequenas abrasões da pele e das mucosas) e das mucosas ocular, nasal, oral, genital e anal”, lê-se no site do SNS. O contacto íntimo e prolongado entre pessoas e com objetos infetados aumentam o risco de contrair o vírus.
Quais os sintomas?
As lesões na pele ou mucosas são o principal sinal da doença, mas os primeiros sintomas podem ser muito semelhantes aos de uma gripe, como febre, dores no corpo e na cabeça e gânglios linfáticos aumentados. Os sintomas e as lesões cutâneas podem durar entre duas a quatro semanas.
Há tratamento?
Não porque não tende a ser necessário, salvo casos mais graves que requerem internamento. Por norma, a doença é autolimitada e os cuidados básicos de higiene, vigilância e toma de medicamentos para dores são suficientes.
Há vacina?
Sim e destina-se a “grupos com risco acrescido por infeção humana pelo vírus Monkeypox, em contexto de vacinação preventiva” e “a pessoas que tenham tido contacto próximo com um caso confirmado de infeção”, explica o SNS. A Aliança de Vacinas GAVI anunciou esta quinta-feira a criação de uma reserva global de vacinas contra a mpox.
O que fazer se estiver infetado?
As autoridades de saúde portuguesas recomendam o isolamento domiciliário e distanciamento físico até que as lesões de pele sarem (entre duas a quatro semanas), assim como evitar contactos pele com ele. A boa higienização, a não partilha de objetos e a lavagem de roupa a temperaturas altas (mais de 60ºC) são outras recomendações. Deve-se ainda ligar para o SNS 24 para que sejam contactadas as pessoas com quem se esteve.
E se estiver em contacto com alguém infetado?
Em caso de sintomas, ligar para a linha SNS 24 e distanciar-se dos outros, incluindo não partilhar a cama. Se não tiver sintomas, deve manter-se vigilante, até porque, se foi classificado pela pessoa infetada como contacto próximo, será contactado.
Onde já foram detetados casos da nova estirpe?
Um surto na República Democrática do Congo e que se propagou a outros países vizinhos fez soar os primeiros alertas - e levou até a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar a doença como emergência de saúde pública global. Foi já detetado um caso na Suécia e outro no Paquistão. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou hoje ser “altamente provável” que a União Europeia tenha mais casos importados. Para já, nenhum dos casos reportados de monkeypox em Portugal é da variante mais perigosa.
Há restrições nas viagens?
Para já, apenas a China definiu um controlo nas fronteiras, mas a OMS já veio dizer que não é necessário que os países adotem restrições às viagens ou bloqueios no acesso de pessoas estrangeiras.