Esta sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que nenhum dos casos de mpox reportados em Portugal é da variante mais perigosa da doença
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) estimou esta sexta-feira ser “altamente provável” que a União Europeia tenha mais casos importados de monkeypox (mpox), após a nova variante ter aparecido quinta-feira na Suécia importada de África.
“Numa nova avaliação de risco, o ECDC afirmou que é altamente provável que a UE/EEE [União Europeia e Espaço Económico Europeu] venham a registar mais casos importados de varíola causada pelo vírus da clade I que circula atualmente em África”, a variante mais perigosa da doença.
Ainda assim, o centro europeu refere que “a probabilidade de transmissão sustentada na Europa é muito baixa, desde que os casos importados sejam diagnosticados rapidamente e que sejam aplicadas medidas de controlo”.
O ECDC pede um “reforço do grau de preparação devido à elevada probabilidade de ocorrência de mais casos importados de mpox de clade I”, recomendando desde logo que os países europeus emitam “conselhos de viagem para as pessoas que visitem ou regressem de áreas afetadas pelo surto” em África, dada a elevada probabilidade de infeção e o risco moderado para os contactos próximos.
Apela, também, a que as autoridades de saúde pública da UE/EEE mantenham elevados níveis de planeamento da preparação e de atividades de sensibilização para permitir a rápida deteção e que façam uma “vigilância eficaz, testes laboratoriais, investigação epidemiológica e capacidades de rastreio de contactos”.
Se se verificar este reforço da preparação, o ECDC estima que o impacto da variante mais perigosa da doença na Europa “seja reduzido”.
Esta sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esclareceu que nenhum dos casos de mpox reportados em Portugal é da variante mais perigosa da doença (clade I), que apareceu na quinta-feira pela primeira vez na Suécia.
Em resposta à agência Lusa, a DGS explica que “todos os casos reportados em Portugal são da clade I IIb do vírus monkeypox, não tendo sido identificado nenhum caso pela clade I”.
Na quinta-feira, depois de a Suécia ter registado o primeiro caso de uma variante mais contagiosa e perigosa da doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para a possibilidade de serem detetados na Europa outros casos importados de mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos.
A OMS já tinha declarado, na quarta-feira, o surto de mpox em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação.
Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, um alerta que foi inicialmente levantado em maio do ano passado, depois de a sua propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.
A nova variante pode ser facilmente transmitida por contacto próximo entre dois indivíduos, sem necessidade de contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022.
O mpox transmite-se sobretudo pelo contacto próximo com pessoas infetadas, incluindo por via sexual.