Às 11 mortes a ser investigadas pela IGAS por poderem estar relacionadas com atrasos no socorro juntou-se mais uma, ocorrida na localidade de Vale da Tocha, em Montemor-o-Velho. Foi denunciada por uma médica
Há mais uma morte a ser investigada pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) por poder estar relacionada com as falhas no atendimento de chamadas urgentes no INEM. Sobe assim para 12 o número de casos que podem ter sido fatais por os pedidos de socorro não terem tido resposta.
Este novo caso trata-se, sabe a CNN Portugal, de uma mulher que morreu em Vale da Tocha, em Montemor-o-velho.
A denúncia chegou à IGAS através de uma médica que foi ouvida no âmbito de um dos outros 11 casos que estão a ser investigados por estarem relacionados com as falhas do INEM, em especial no período em que houve greves, entre dia 30 de outubro e dia 4 de novembro.
Aliás, segundo dados a que a CNN Portugal teve acesso, deste total de 12 mortes, oito ocorreram a 4 de novembro, dia em que a greve às horas extra se acumulou com a greve geral - para a qual o INEM não foi avisado pelo Ministério da Saúde, como concluiu um outro relatório recente da IGAS. Este relatório analisou ainda as falhas e concluiu que no dia 4 de novembro 65% das chamadas não foram atendidas, havendo mesmo entre as 20:00 e 20:30 desse dia uma incapacidade para dar resposta a 85% dos pedidos de socorro.
Além das oito mortes que ocorreram dia 4, há uma outra que foi registada logo na madrugada de dia 5 de novembro. Das restantes três, duas foram registadas dia 2 novembro e uma no dia 31 de outubro. Os casos, quase todos ataques cardíacos, estão ainda em investigação. Neste momento, estão a ser realizados vários exames de peritagem e ouvidas dezenas de pessoas para a IGAS verificar se houve ou não ligação das falhas de socorro com as mortes.
Entretanto, esta quinta-feira, dia 6 de março, foi conhecido um relatório interno do INEM em que este indica não ter encontrado “relação direta” entre a greve e as mortes ocorridas nesses dias.