Aos 60 anos e com doença pulmonar obstrutiva crónica, Victor Escobar tornou-se no primeiro colombiano a morrer de eutanásia no país sem ter uma doença terminal
Foram dois anos de luta judicial e um desfecho há muito desejado. Victor Escobar faleceu na sexta-feira através de morte medicamente assistida. Foi a primeira pessoa sem doença terminal a ser eutanasiada de forma legal na Colômbia.
Escobar sofria de doença pulmonar obstrutiva crónica, dependia de oxigénio e o seu estado tinha ficado agravado depois de dois acidentes vasculares cerebrais. O procedimento foi realizado numa clínica em Cali, capital da província de Valle del Cauca, anuncia a Reuters.
O facto de não estar em estado terminal fez com que o desejo de morrer de Escobar fosse adiado ao longo de meses. Na Colômbia, a eutanásia está regulamentada, mas até agora destinava-se a pessoas com doenças terminais, tendo a primeira morte medicamente assistida acontecido em 2015.
“Atingimos a meta de pacientes como eu, que não são terminais, mas degenerados, de vencer esta batalha, uma batalha que abre as portas para os outros pacientes que vêm atrás de mim e que agora querem uma morte digna”, disse Escobar numa mensagem de vídeo enviada aos meios de comunicação por Luis Giraldo, advogado que acompanhou todo o processo e que recorreu às redes sociais para confirmar o falecimento de Escobar.
Victor acaba de lograrlo... Acaba de descansar del dolor. Dios tendrá misericordia de el.. eres un guerrero pic.twitter.com/T5zHykxzvu
— Luis Giraldo Montenegro (@LuisCGiraldo) January 8, 2022
No dia seguinte à morte de Victor Escobar, uma outra pessoa pode ser eutanasiada sem ter uma doença terminal. Martha Sepulveda, com esclerose lateral amiotrófica (ALA), também conhecida como doença de Lou Gehrig, faleceu de forma medicamente assistida no sábado.