Calor extremo, covid-19 e gripe foram os grandes responsáveis pelo excesso de mortalidade em Portugal no ano passado

28 mar 2023, 13:05
População em rua do Porto (Getty Images)

Em 2022 registou-se um excesso de mortalidade em quase 30% do ano.

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) revela que em quatro períodos de 2022 contabilizaram-se 6.135 óbitos em excesso. Esses quatro períodos equivalem a 15 semanas, o que significa que em 28% do ano morreram mais pessoas do que o habitual.

A antepenúltima semana do ano (50, de 12 a 18 de dezembro) foi a que registou mais óbitos: 2.919.

De acordo com a informação divulgada esta terça-feira em comunicado, as temperaturas altas e a gripe são as grandes responsáveis pelo excesso de mortalidade num ano em que foram registados, no total, 124.602 óbitos.

O primeiro período de excesso de mortalidade identificado pelo INSA foi de 17 janeiro a 6 fevereiro, em que se registaram 891 óbitos em excesso, “12% de excesso em relação ao esperado”, diz o organismo, que indica que coincide “com uma onda de covid-19 e um período de temperaturas baixas”.

O segundo período com mais mortes aconteceu de 23 maio a 19 junho, tendo sido registados 1.744 óbitos em excesso, “21% de excesso em relação ao esperado”. A covid-19 volta a ser uma das causas, mas aqui o INSA junta ainda “um período de temperaturas anormalmente elevadas para a época do ano”. Ainda no verão dá-se também o terceiro período de maior mortalidade em 2022 com 2.401 óbitos em excesso, 25% de excesso em relação ao esperado. Foi de 4 de julho a 7 de agosto e o “calor extremo” foi o principal responsável.

O quarto e último momento de maior mortalidade deu-se no outono, de 28 novembro a 18 dezembro, semanas em que se registaram 1.099 óbitos em excesso, 15% mais. Este período de maior mortalidade coincidiu, diz o INSA, “com o período epidémico da gripe”, que no ano passado chegou mais cedo.

A região Norte foi aquela em que se identificou um maior número de semanas de excesso de mortalidade, um total de 18 distribuídas por quatro períodos, lê-se no documento. Já o Alentejo, Algarve e Açores “foram as regiões nas quais se observou um menor número de semanas com excesso de mortalidade”.

No que diz respeito a faixas etárias, o INSA diz que se observaram “excessos de mortalidade no grupo etário dos 15 aos 24 anos de idade”, apontando “causas acidentais” como eventual hipótese para este cenário. O excesso de mortalidade, agora com causas conhecidas, foi também notório em maiores de 65 anos, “existindo um gradiente crescente com a idade em relação ao número de semanas em excesso de mortalidade (65-74 anos: 6 semanas; 75-84 anos: 9 semanas; e 85 mais: 22 semanas)”.

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