Pizarro diz que números da mortalidade infantil são "baixíssimos". Ordem dos Médicos exige grupo de trabalho da DGS

Agência Lusa , DCT
29 abr 2023, 16:28
Recém-nascido (GettyImages)

Já este sábado, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que Portugal está entre os "melhores países do mundo" com “números baixíssimos” de mortalidade infantil.

O ministro da Saúde, afirmou este sábado, em Vila Nova de Gaia, que Portugal está entre os "melhores países do mundo" com “números baixíssimos” de mortalidade infantil, citando os dados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

“Uma vez mais, Portugal fica como um dos melhores países do mundo em mortalidade infantil, 2.6 é um número extraordinário, eu sei que há a tentação de dizer que 2.6 é pior do que tínhamos conseguido no ano anterior, mas é o quarto melhor número de sempre em Portugal”, disse Pizarro. O ministro lembrou que em 2010 a taxa fixou-se em 2.5, em 2020 e 2021 foi de 2.4 e, este ano, ficou nos 2.6.

Apesar da subida da taxa, o ministro da Saúde considerou que os números dos últimos anos “provam que o nosso sistema de saúde maternoinfantil está em bom funcionamento” e aproveitou a oportunidade para fazer um elogio público a todos os profissionais que têm mantido “uma qualidade de assistência materna […] que é um motivo de orgulho e satisfação e de tranquilidade para os portugueses”.

“Estamos em números muito baixos, com pequeníssimas flutuações que promovem mudanças, isso não significa que as devamos desvalorizar e que não as devamos estudar”, disse.

Segundo o ministro, os dados divulgados na sexta-feira “também têm outra boa notícia”, que é o número de nascimentos em Portugal ter aumentado mais de 4.000 no último ano. “Temos de olhar sempre para a tal taxa de mortalidade infantil, comparando o número de crianças mortas até um ano, por cada mil nados vivos. Esse número de 2.6”, sustentou.

“Estamos com flutuação muito pequenina, de décimas, que podem ter causas muito variadas, há desde logo uma causa evidente, o aumento da idade média das mães no momento do nascimento das crianças e o aumento da proporção de mães acima dos 40 anos. Já são quase 10% as progenitoras acima dos 40 anos”, frisou. Apesar de tudo, acrescentou, “os números continuam baixíssimos”.

A taxa de mortalidade infantil aumentou em 2022, de 2,4 para 2,6 óbitos por mil nados-vivos, num ano em que o número de nascimentos aumentou 5,1%, revelam dados oficiais divulgados na sexta-feira.

Segundo os dados das Estatísticas Vitais do Instituto Nacional de Estatística (INE), morreram 217 crianças com menos de um ano no ano passado, mais 26 do que em 2021.

Ordem dos Médicos exige grupo de trabalho da DGS 

O aumento da mortalidade infantil em Portugal no ano passado deve ser analisado por um grupo de trabalho a criar imediatamente pela Direção-Geral da Saúde (DGS), defendeu este sábado a Ordem dos Médicos.

Em comunicado, o organismo liderado pelo bastonário Carlos Cortes considerou “fundamental apurar as causas” para o aumento da mortalidade infantil exposto nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelou que morreram 217 crianças até um ano de vida, evidenciando uma subida face ao período pré-pandemia.

“O aumento da mortalidade infantil é um problema complexo e que exige uma abordagem multidisciplinar e colaborativa”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos, salientando ser “imprescindível envolver todos os atores relevantes neste processo, incluindo os profissionais de saúde, as instituições de saúde e a tutela para perceber as causas e atuar nelas se for o caso”.

A Ordem dos Médicos assumiu ainda a disponibilidade e o empenho na colaboração com a DGS através do colégio da especialidade de Pediatria e do colégio de Neonatologia, tendo em vista a deteção de “soluções eficazes e duradouras para este problema”.

Segundo os dados divulgados na sexta-feira pelo INE, a taxa de mortalidade infantil aumentou em 2022 de 2,4 para 2,6 óbitos por mil nados-vivos, num ano em que o número de nascimentos aumentou 5,1% e em que a morte de 217 crianças com menos de um ano representou um aumento de 26 óbitos face a 2021.

Na sequência da divulgação destes registos, a DGS sublinhou que, apesar de a taxa de mortalidade infantil ter aumentado em 2022, o valor é dos “mais baixos desde 1960” e são expectáveis oscilações anuais. A DGS assegurou também que irá manter a vigilância e monitorização da mortalidade infantil.

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