Selecionador que colocou o craque do Liverpool na Seleção recorda o homem que "era muito mais que golos"
Assim que soube da trágica morte de Diogo Jota e do irmão André Silva, Fernando Santos não conseguiu fazer outra coisa. Teve de rezar por ambos os irmãos e pela família. Pelas mulheres, pelos pais e filhos que ambos deixam depois do acidente de automóvel que lhes roubou a vida.
“A única coisa que sei fazer é rezar”, lamentou o homem que colocou Diogo Jota na Seleção nacional, em entrevista ao Jornal Nacional da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal).
Visivelmente consternado, Fernando Santos admitiu um “choque tremendo” ao saber das duas mortes. Tinha já algumas mensagens no telefone quando acordou, mas mesmo assim não quis acreditar que fosse possível.
Mas era, “a verdade nua e crua”, contou, antes de revelar um episódio que vai marcar todos os companheiros da Seleção.
Um episódio relacionado com o Mundial de 2022, no Catar, para o qual Diogo Jota estava naturalmente convocado. Só que uma lesão grave retirou-lhe a possibilidade de participar na maior competição de seleções.
Mesmo assim, o já então jogador do Liverpool teve um gesto que ninguém naquela Seleção esqueceu, incluindo Fernando Santos. “Houve uma coisa que me marcou muito. Um mês antes estava convocado, lesionou-se e já não podia ir connosco. Mas o Diogo telefonou-me e disse ‘mister, mas eu posso lá ir, posso estar convosco?’”
Todo o grupo aceitou de bom grado o repto, recebendo Diogo Jota no Catar durante quatro dias. “Foi lá e esteve connosco, viu dois jogos”, recordou Fernando Santos, que via em Diogo Jota alguém com um “caráter muito forte”, alguém positivo que “era muito mais do que golos”.
Fernando Santos deixou também palavras à família do jogador, confessando que é difícil imaginar como estará, neste momento, a família das duas vítimas.
