Jogo muito difícil para o líder do campeonato, que vence fora um Moreirense que em casa só sabia ganhar
A premissa era esta: coisas que nunca aconteceram neste campeonato tinham de acontecer no Moreirense - FC Porto.
Depois de uma entrada amorfa dos dragões, aos 19 minutos percebeu-se que era dia para isso mesmo, para haver novidades no andamento de duas das melhores equipas da Liga até agora.
O Moreirense, que só tinha vitórias nos jogos feitos em casa, deu excelente resposta frente ao líder FC Porto, que só tinha vitórias fora de casa, mas entrou totalmente desligado na partida, com Farioli a ajudar pouco a equipa na abordagem ao jogo - acabaria por ajudar aqui e ali com algumas das opções que colocou, mesmo que a espaços.
Isso começa por ajudar a explicar o que se passou em campo, com um FC Porto a meio gás durante quase toda a primeira parte, não conseguindo acordar nem depois do golo marcado por Alan - apenas o segundo sofrido pelos dragões no campeonato, mas o primeiro marcado por jogadores adversários.
Num jogo em que ninguém tinha feito propriamente alguma coisa para marcar, o Moreirense aproveitou ressaltos e carambolas para se colocar em vantagem, confirmando que o desligamento do FC Porto só era ainda mais grave por estar a jogar no terreno de uma das surpresas do campeonato.
Sem a arte que tem tido noutros jogos, o FC Porto pôde contar com um improvável Deniz Gül a fazer o golo da vitória, num já tantas vezes visto golo de canto, claramente uma das armas dos dragões para esta éppoca.
Que se cante então "Deniz Gül", à boleia do som de Boney M, que foi o sueco a marcar e a garantir a primeira reviravolta da época do FC Porto, que nunca tinha entrado a perder no campeonato. Desta vez, a música esteve a favor dos dragões. Mais do que a qualidade, pelo menos.
Num canto batido por Rodrigo Mora, foi o desvio decisivo no meio da área a baralhar tudo e todos. Todos, menos Deniz Gül, pois, que se fez esclarecido e meteu a cabeça para ser a figura improvável do jogo.
Antes disso tinha sido um festival de tentativas pouco capazes, com a bola no poste de Rodrigo Mora a sobressair da quase incapacidade do FC Porto em fazer a diferença perto da área.
Quanto ao empate, foi um penálti sobre Victor Froholdt, que o árbitro assinalou depois de consultar as imagens no VAR, que deu a Samu a possibilidade de marcar.
O resto é a história escrita acima, que viveu mais do sofrimento que do engenho. Respiram de alívio os portistas. Pelo menos por agora, que é preciso dar ao pedal para continuar a ganhar jogos como vinha sendo hábito até aqui.
Depois do empate pouco ambicioso frente ao Benfica e da derrota em Nottingham, o FC Porto precisava mesmo de vencer, mesmo que a jogar mal, como aconteceu. Foi mais na raça que na arte, como se diz, mas com Farioli a tentar tudo, trocando laterais, médios, avançados - houve temor nas bancadas quando saiu Samu.
Mesmo sem Pepê, William Gomes, Gabri Veiga ou Rodrigo Mora em dia sim, o FC Porto consegue garantir uma importante vitória fora, que lhe garante também a vantagem de três pontos sobre o Sporting e de quatro sobre o Benfica que já vinha da jornada anterior.