Seguradoras do grupo Montepio já perderam milhões devido à exposição a empresas russas

25 jul 2022, 07:57
Montepio (Horacio Villalobos/ Getty)

REVISTA DE IMPRENSA. Lusitânia Seguros e a Lusitânia Vida têm sido escrutinadas pelo regulador, depois de terem perdido 160 milhões de capitais próprios desde o início do ano

A Lusitânia Seguros e a Lusitânia Vida, seguradoras da sociedade Montepio Seguros, perderam nos primeiros cinco meses do ano 160 milhões de capitais próprios, escreve o jornal Público esta segunda-feira.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) está obrigada a enviar reportes semanais à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos e Pensões (ASF) sobre a evolução das duas seguradoras, que estão a acusar o impacto da exposição, em mais de 20 milhões de euros, a empresas russas, nomeadamente a Gazprom e a Novolipetsk, adianta o Público.

A ASF está apreensiva com a situação das duas empresas, que operaram sob a holding Montepio Seguros, tanto que, além dos relatórios semanais, o presidente do grupo, Virgílio Lima, se tem apresentado periodicamente nas instalações do regulador.

A ASF tem monitorizado as carteiras de títulos adquiridas com as aplicações dos clientes, o desenvolvimento da margem de solvência e o nível de capitais próprios da Lusitânia Vida, de seguros financeiros, e da Lusitânia Seguros, de seguros reais, refere o Público.

O indicador que permite aferir se as seguradoras estão a cumprir os parâmetros de segurança, no que diz respeito ao investimento nos mercados dos prémios dos clientes, é a margem de solvência, um rácio que tem de estar sempre acima dos 100%. Mas a margem de solvência das seguradoras do Montepio caiu para 80%, agravada pelas consequências económicas da pandemia mas sobretudo pela guerra na Ucrânia e sanções aplicadas a Moscovo: só a Lusitânia Vida adquiriu 21,5 milhões de euros em obrigações de empresas russas da área do gás e da metalomecânica, refere o Público. 

Ao jornal, fonte oficial do grupo Montepio afirma que está a ser monitorizada a evolução dos preços dos títulos, "uma vez que não se conseguem vender, dadas as limitações impostas sobre ativos russos".

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