Trata-se de um verdadeiro forte, vigiado por todos os lados e com a presença diária do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), equipas de operações especiais preparadas para tudo
A cadeia de alta segurança de Monsanto tem sido apresentada como a mais segura do país. O agora ex-diretor geral dos Serviços Prisionais, Rui Abrunhosa Gonçalves, disse mesmo que se o argentino Rodolf José Lohrmann, o mais perigoso dos cinco reclusos que fugiram de Vale de Judeus, estivesse em Monsanto não teria fugido.
Mas o que tem de especial e diferente esta prisão no coração de Lisboa? É precisamente o facto de o seu nível de segurança ser "especial", o mais elevado.
Trata-se de um verdadeiro forte, vigiado por todos os lados e com a presença diária do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), equipas de operações especiais preparadas para tudo.
Monsanto tem 60 reclusos, que têm direito a apenas duas horas de recreio por dia e fazem as refeições na cela, para evitar proximidades.
A juntar-se a isto, o edifício está arquitetonicamente melhor planeado e tem redes de arame laminado não só à volta como por cima de cada pátio, o que impediria qualquer forma de fuga.
Por aqui estão presos como "Xuxas" e Samir, dois dos maiores narcotraficantes portugueses, mas também Rómulo Costa condenado por terrorismo.
Bem diferente é a realidade da cadeia de Vale de Judeus: 560 reclusos, divididos por quatro pavilhões, com recreio o dia inteiro e apenas 30 guardas prisionais de vigia. Almoçam juntos e, apesar de as celas serem individuais, os reclusos podem estar juntos praticamente o dia inteiro.
Terá sido a convivência e a partilha de ideias, com a crucial ajuda de telemóveis com acesso à internet, que permitiu que os cinco criminosos engendrassem um plano pormenorizado em que aparentemente nada falhou.