Monkeypox: probabilidade de propagação em pessoas com múltiplos parceiros sexuais é "alta"

23 mai 2022, 15:54

ECDC alerta para um "risco potencial de transmissão de humanos para animais" na Europa, recomenda rastreio e admite que vacina pode servir para os contactos próximos

O Centro Europeu de Controlo de Doenças Europeu (ECDC) alerta, num documento publicado esta segunda-feira, que a probabilidade de propagação do Monkeypox em pessoas com múltiplos parceiros sexuais na União Europeia e no Espaço Económico Europeu é "alta".

Apesar de salientar que este vírus "não se transmite facilmente" entre pessoas, o ECDC constata que, no surto atual nestes países, há uma "predominância" de casos entre homens que fizeram sexo com homens, "sugerindo que a transmissão ocorreu durante a relação sexual".

O mesmo documento refere que a maioria dos casos está a apresentar "sintomas leves", mas alerta que este vírus pode causar doença grave em crianças pequenas, grávidas e imunossuprimidos. Em termos de morbilidade grave, o ECDC determina que o risco é "moderado" para pessoas com múltiplos parceiros sexuais (incluindo alguns grupos de homens que fazem sexo com homens) e "baixo" para a população em geral.

Há nove países da União Europeia com, para já, 67 casos de Monkeypox: Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Países Baixos.

O ECDC alerta ainda para um "risco potencial de transmissão de humanos para animais" na Europa.

Vacina para contactos próximos?

O ECDC confirma que a vacina contra a varíola "pode ser considerada" para os contactos próximos dos casos confirmados, caso tenham risco de doença grave e que há antivirais que podem ser usados para o tratamento dos casos mais graves.

O mesmo documento aconselha ao isolamento dos casos confirmados, até que a pele volte ao normal, devendo evitar contactos com pessoas imunossuprimidas e até animais de estimação.

"Abster-se de atividade sexual e contacto físico próximo também é aconselhado até que a irritação na pele cicatrize. A maioria dos casos pode permanecer em casa, com tratamento de apoio", acrescenta.

Os contactos próximos dos casos confirmados de Monkeypox devem estar atentos ao desenvolvimento de potenciais sintomas até 21 dias depois do contacto.

Os profissionais de saúde que contactam com os casos suspeitos, ou profissionais dos laboratórios que analisam as amostras, devem usar sempre material de proteção, como máscaras FFP2 e luvas.

Rastreio recomendado

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças recomenda também que sejam atualizados os meios de rastreio e diagnóstico para este vírus. Os países devem fazer uma "rápida identificação, gestão, localização de contactos e notificação de novos casos de Monkeypox”.

“Os países devem também atualizar os seus mecanismos de rastreio de contactos, a capacidade de diagnóstico […] e rever a disponibilidade de vacinas contra a varíola, antivirais e equipamento de proteção pessoal para profissionais de saúde”, acrescenta.

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