"Gay! Gay! Gay!", testes de covid-19 e a (des)igualdade de género. Os momentos mais divertidos da noite dos Óscares

28 mar 2022, 06:51

Menção honrosa para o momento entre Will Smith e Chris Rock, que não se percebeu bem se fazia parte do humor

A 94.ª edição dos Óscares marcou o regresso das galas ao Dolby Theatre, que o ano passado ficou vazio, por causa da pandemia de covid-19. Numa cerimónia com muitas novidades, as três apresentadoras (Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes) começaram logo por uma piada de igualdade de género, sem depois falharem os já clássicos temas.

“Este ano a Academia contratou três mulheres para apresentarem, porque é mais barato do que contratar um homem”, disse a humorista Amy Schumer, numa referência à disparidade de salários que existe em Hollywood.

A abertura seguiu depois para o tema do racismo. Regina Hall confessou-se “excitada por apresentar, representando as mulheres negras”, enquanto Amy Schumer admitiu estar a “representar as insuportáveis mulheres brancas que chamam os polícias” quando os negros fazem muito barulho.

Numa troca de palavras a grande velocidade, seguiu-se aquele que foi o tema dominante nos últimos dois anos: a covid-19. A ausência da obrigatoriedade de mascara mereceu um reparo sarcástico, sendo que Regina Hall aproveitou para chamar ao palco, de forma “aleatória”, os atores Bradley Cooper, Timothée Chalamet, Tyler Perry e Simu Lee, dizendo-lhes que alguns resultados de testes à covid-19 (obrigatórios para entrar) tinham sido perdidos. Isso mesmo faria com que os quatro artistas tivessem de ser levados de volta aos bastidores para uma nova testagem.

A apresentadora Regina Hall com Simu Liu, Bradley Cooper, Tyler Perry e Timothee Chalamet (AP)

“Como sabem, todos aqui foram testados para a covid-19. Mas, infelizmente, alguns resultados perderam-se. Então, antes de prosseguirmos, temos de fazer alguns testes de emergência. Não se preocupem, são só algumas pessoas, totalmente aleatório”, disse a apresentadora, enquanto os atores aguardavam para saberem a sua sorte.

Seguiu-se a troça às escolhas do júri, que deixou de fora Rachel Zegler por “West Side Story”, Jennifer Hudson por “Respect”, mas também Lady Gaga e Jared Leto pela participação no filme que, segundo Wanda Sykes, se chamava “A Casa dos Acentos à Toa”, referindo-se ao filme “A Casa Gucci”.

“Fiquei muito desapontada que o “Space Jam 2” não tenha sido nomeado para a categoria de Efeitos Visuais pelo corte de cabelo que deram ao LeBron James. Estava muito bom”, acrescentou Regina Hall.

Voltando ao “West Side Story”, Rachel Zegler confessou uma curiosidade: “Há seis dias nunca pensei que estaria aqui hoje”, disse, revelando que ao início não tinha sido convidada para a cerimónia.

Mas a abertura terminou com nova referência a um tema recorrente: “Vamos ter uma grande noite, e para as pessoas na Florida, vamos ter uma noite gay”, disse Wanda Sykes, com Amy Schumer e Regina Hall a juntarem-se: “Gay! Gay! Gay!”.

A referência mistura a liberdade de orientação sexual com a política, uma vez que se referia a protestos na Florida, estado norte-americano que aprovou uma lei anti-LGBT.

As apresentadoras acabaram por dispersar em torno de toda a sala, mas também para lá dela. Em Los Angeles foi recentemente inaugurado o Museu de Filmes da Academia, uma obra que custou mais de 400 milhões de euros, e que exibe vários momentos dos 94 anos de Óscares. Muitos artistas doaram dinheiro para a construção do espaço. Uma delas, Wanda Sykes, enviou mesmo 15 dólares, pelo que decidiu ir ver se tinha valido a pena, referindo que só aceitou fazer a visita para verificar se o dinheiro que deu tinha valido a pena.

De volta ao palco, cada uma das apresentadoras encarnou uma personagem. Amy Schumer desceu de uma teia vestida de Homem-Aranha, enquanto Wanda Sykes encarnou Richard Williams, a espetacular personagem de Will Smith no filme “King Richard – Para Além do Jogo”, que lhe valeu o Óscar de Melhor Ator. Já Regina Hall decidiu vestir-se como Tammy Faye.

Amy Schumer num dos momentos humorísticos da noite (AP)

Nota ainda para um momento a meio da cerimónia, que está a ser entendido entre a polémica e a comédia. Depois de uma piada de Chris Rock sobre a mulher de Will Smith, o ator galardoado esta noite acabou por lhe responder a seco. Mais tarde, desferiu-lhe mesmo uma chapada em palco, não se percebendo se toda a cena foi a brincar ou não.

Tudo sanado, regresso ao palco, para uma despedida com direito a pijamas.

Amy Schumer, Regina Hall e Wanda Sykes no encerramento dos Óscares (Chris Pizzello/AP)

 

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