Carlos Alcaraz vence US Open e torna-se o número um mais novo de sempre

12 set 2022, 00:48

Triunfo em quatro sets na final, ante o norueguês Casper Ruud. Espanhol de 19 anos supera marca de Lleyton Hewitt e destrona Daniil Medvedev

Um novo campeão, um novo número um.

O mais jovem número um mundial de sempre.

Se esta semana Inglaterra viu subir ao trono o rei Carlos III, o mundo do ténis também vê agora um Carlos subir ao topo da hierarquia. O menino de Múrcia, nascido a 5 de maio de 2003.

O tenista espanhol Carlos Alcaraz, de 19 anos, número quatro do ranking mundial, conquistou na noite deste domingo o Open dos Estados Unidos, ao vencer o norueguês Casper Ruud (7.º da hierarquia) numa brava disputa na final, em quatro sets e ao fim de três horas e 20 minutos.

Os parciais de 4-6, 6-2, 6-7 (1-7) e 3-6 valeram a Alcaraz um título inédito na sua curta e promissora carreira, logo na sua primeira final de um torneio do Grand Slam. Isso e a liderança do ranking mundial: é o mais novo de sempre a chegar a número um, superando o australiano Lleyton Hewitt, que conseguiu tal feito com 20 anos e nove meses.

Ruud, de 23 anos, que teve no Arthur Ashe a sua segunda final de um torneio do Grand Slam, depois da que perdeu para Rafael Nadal em Roland Garros há menos de quatro meses, é de novo finalista vencido num major, mas salta cinco lugares na hierarquia e vai ser o novo número dois, na nova atualização do ranking ATP.

Entrada forte de Alcaraz, resposta de Ruud e recuperação do espanhol

O primeiro set foi para Alcaraz, que justificou o parcial de 4-6 a seu favor com uma entrada aguerrida e decidida para agarrar o troféu e o trono.

Depois de cada um ter ganho o seu primeiro jogo de serviço, Alcaraz conseguiu quebrar Ruud para fazer o 1-2 e confirmou o break com o 1-3, mantendo a vantagem para fechar o primeiro set a seu favor em cerca de 50 minutos. Um set que teve um gesto de fair-play de Ruud, que corrigiu o árbitro e indicou que o ponto era de Alcaraz, por ter batido duas vezes no lado do nórdico, algo que a arbitragem não detetou.

O segundo set teve uma baixa de nível de Alcaraz – porventura pelos duradouros e intensos duelos até chegar à final – e Ruud respondeu à altura de uma final e da competitividade que tem mostrado. O desequilíbrio surgiu quando Ruud, com 3-2 a seu favor, quebrou o serviço a Alcaraz pela primeira vez para fazer o 4-2. Porventura menos espetacular ou vistoso do que Alcaraz, mas eficaz e com bom ténis, Ruud confirmou o break com o 5-2 no seu serviço e fechou o set com nova quebra ao murciano.

No terceiro set, o equilíbrio manteve-se, com Ruud a prolongar aquilo que foi a sua melhor fase no encontro e Alcaraz a reagir, mas também a quebrar. O espanhol entrou logo a fazer break a Ruud, mas ao servir mais tarde para 1-3, perdeu a vantagem e o nórdico devolveu, fazendo o 2-2. Ninguém mais quebrou o serviço e a decisão foi para um tie-break no qual Alcaraz regressou ao seu melhor, vencendo sem discussão com um 6-7 (1-7). Foi o set mais longo, com praticamente uma hora e um quarto de duração. E sem dúvida um momento capital, até porque Alcaraz não se vinha dando bem em tie-breaks ao longo do torneio.

A final - como um pouco em vários jogos ao longo do torneio - teve também pontos espetaculares e um deles surgiu precisamente neste terceiro set, com 17 pancadas no total, quando havia 4-4 no marcador e Ruud estava no serviço. 

No quarto set, Alcaraz conseguiu quebrar o serviço a Ruud para fazer o 2-4, num momento decisivo, dado que o espanhol confirmou a vantagem do break ao fazer 2-5 no seu serviço e não mais a perdendo, fechando a final no seu segundo match-point.

Alcaraz não só sucede a Daniil Medvedev na liderança do ranking mundial, como sucede também ao russo no palmarés do US Open, depois de Medvedev ter ganho a edição de 2021 ao sérvo Novak Djokovic.

Alguns dos melhores momentos da final:

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