«Nos últimos 100 metros, estava rota. Mas eu queria tanto, que foi só abrir o coração»

23 mar, 15:18
Patrícia Silva medalha de bronze nos 800 metros no Mundial de pista coberta (Cameron Spencer/Getty Images)

«Fui conseguindo apanhar uma e outra, vi o grupo da frente e acreditei», afirmou Patrícia Silva, sobre a incrível parte final da prova que lhe valeu o bronze nos 800 metros do Mundial de pista coberta

Patrícia Silva, medalha de bronze nos 800 metros femininos do Mundial de pista coberta, em Nanjing, na China, disse este domingo, depois da prova, que a «maturidade» e a «resiliência» foram a chave para o sucesso.

«Acho que se fosse a Patrícia de há algum tempo, o facto de não ter conseguido partir ao ritmo delas, que foi rapidíssimo, tinha-me posto logo fora da corrida, mas hoje consegui superar isso», referiu a atleta portuguesa, em declarações à Lusa, após a conquista.

A atleta do Sporting, de 25 anos, superou a polaca Anna Wielgosz, quinta classificada, além da suíça Andrey Werro, quarta classificada, na reta final. «Pensei: consigo correr tanto como elas, por isso, a certo ponto, elas vão começar a cair, ou eu vou começar a crescer», descreveu.

«Foi manter a cabeça fria. Fui conseguindo apanhar uma e outra, vi o grupo da frente e acreditei. Nos últimos 100 metros, estava toda rota já, mas eu queria tanto, que foi só abrir o coração», afirmou.

Patrícia, sétima classificada nos 1500 metros dos Europeus de pista coberta há pouco mais de duas semanas, em Apeldoorn, concentrou-se nos 800 metros – a sua distância de eleição – e, após o êxito, dedicou a conquista à avó, Maria do Rosário. «Ela já não está entre nós, mas está dentro do meu coração», concluiu Patrícia, que teve o atletismo sempre na sua vida, pelo pai Rui Silva, pela mãe e treinadora Susana Cabral, mas também pelo avô Carlos Cabral.

Esta foi a 17.ª medalha de Portugal em Mundiais de pista coberta, a única na 20.ª edição dos campeonatos.

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