“Integral” ou “cereais” são as palavras que, para muitos, tiram o lado pecaminoso ao pão. Nomes diferentes, efeitos diferentes, que vamos perceber melhor neste artigo
O pão, esse hábito tão português à mesa, pode ser uma verdadeira dor de cabeça. Qual o melhor? Todos temos aquela amiga que veio da consulta de nutrição e responde sem dúvidas “pão integral”. E aquela prima que segue à risca o conselho da nutricionista, com um pão de cereais ao pequeno-almoço.
Mas, afinal, o que os distingue? E qual o melhor para nós?
“As principais diferenças entre o pão integral e o pão de cereais centram-se nos ingredientes utilizados na sua confeção e nas suas características nutricionais”, começa por explicar a nutricionista Bárbara Plácido.
Vamos lá concretizar. “O pão integral tem como base a farinha integral, obtida através do grão inteiro do trigo, incluindo o farelo, o germe e o endosperma, preservando a fibra, vitaminas e minerais”.
“Já os ingredientes para a confeção do pão de cereais baseiam-se numa mistura de várias sementes e cereais, como a aveia, o centeio, a cevada, a linhaça, o girassol, a quinoa, podendo a base ser ou não feita de farinha integral”, completa Bárbara Plácido.
Vantagens de cada um
O pão integral, sintetiza Bárbara Plácido, proporciona “um controlo da glicemia mais estável e também uma maior saciedade”.
Já o pão de cereais, “quando comparado ao pão integral simples, apresenta uma variedade de nutrientes superior”, devido à diversidade de grãos e sementes.
“É importante ressalvar que um pão só pode ser considera integral quando o primeiro ingrediente da lista no rótulo é integral, ou seja, uma farinha integral”, aponta Fernanda Marques, nutricionista da clínica Pilares da Saúde.
Fernanda Marques considera, por sua vez, que é a farinha integral, feita com o grão completo, aquela que é “mais ricas em nutrientes, com mais fibras, vitaminas e minerais”.
“Um pão de cereais é [resultado de] uma mistura dos grãos, e pode ser integral ou não, dependendo se tiver farinhas de grãos integrais ou farinhas brancas”, junta.
Quanto mais simples, melhor
Vá por onde for, pelo pão integral ou pelo pão de cereais, há uma coisa que se mantém: precisa de ter atenção à lista de ingredientes. “O teor em gordura e gordura saturada deve ser tido em conta, assim como os açúcares e outros ingredientes, como os aditivos alimentares acrescentados às receitas”, diz Bárbara Plácido.
“Não adianta ter farinha integral e ter açúcares, aditivos químicos e outros compostos químicos”, completa Fernanda Marques. O conselho de ambas é claro: evite os pães embalados ou industrializados; prefira os caseiros, de fermentação natural ou frescos; opte por aqueles que têm apenas farinha, água, fermento e sal.
Um pão todos os dias?
Se é daquelas pessoas para quem é impossível começar o dia sem um pãozinho, respire fundo: o pão pode e deve ser integrado diariamente na nossa alimentação.
“Caracterizam-se por serem uma excelente opção nutritiva e saborosa, apresentando ainda inúmeros benefícios para a saúde pela ingestão de fibras, vitaminas e minerais”, descreve Bárbara Plácido.
“O pão pode fazer parte de uma dieta, caso a pessoa não tenha nenhuma restrição, desde que essa alimentação já seja equilibrada, variada e rica em nutrientes. O ideal é que o consumo do pão, se for diário, contenha grãos nutritivos e seja acompanhado de opções saudáveis, como proteínas e saladas por exemplo”, atesta Fernanda Marques.
Ainda assim, para perceber qual o tipo de pão que melhor se encaixa na sua vida, consulte um especialista em nutrição, porque o teor de fibra pode ter impacto na digestão ou mesmo a nível intestinal.