Coreia do Norte lança oito mísseis balísticos de curto alcance na costa leste, diz a Coreia do Sul

CNN , Gawon Bae, Emiko Jozuka e Helen Regan
5 jun 2022, 15:45
Ensaio Mísseis Coreia do Norte (Jung Yeon-Je/ Getty)

A Coreia do Norte disparou oito mísseis balísticos de curto alcance (SRBM) para as águas ao largo da sua costa oriental este domingo, segundo os Chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, num movimento que o Japão chamou de "sem precedentes".

Os mísseis foram lançados de múltiplos locais na Coreia do Norte em águas a leste da península coreana, entre as 9h08 e as 9h43, hora local, em Seul, no domingo, de acordo com os Chefes do Estado-Maior Conjunto.

Os mísseis marcam o 17º lançamento pela Coreia do Norte este ano. O último, no dia 25 de maio, chegou no momento em que o Presidente dos EUA, Joe Biden, tinha concluído a sua viagem à Ásia e regressava aos Estados Unidos.

Segundo as mesmas fontes da Coreia do Sul, os oito mísseis percorreram distâncias entre 110 a 670 quilómetros a altitudes de 25 a 90 quilómetros e velocidades de Mach 3 a Mach 6. Os mísseis foram lançados a partir de quatro locais na Coreia do Norte: a área Sunan na capital Pyongyang, Kaechon na província de Pyongan do Sul, Tongchang-ri na província de Pyongan do Norte e Hamhung na província de Hamgyong do Sul.

"O lançamento continuado de mísseis balísticos da Coreia do Norte é uma provocação grave que prejudica a paz e a estabilidade, não só da península coreana mas também da comunidade internacional", disseram os Chefes do Estado-Maior Conjunto, condenando e exortando o Norte a "parar imediatamente" com tais ações.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, "protestou veementemente" contra os múltiplos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte, afirmando a repórteres que eles constituem uma clara violação das resoluções da ONU.

O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, qualificou o lançamento como sendo "sem precedentes" e confirmou que pelo menos seis, mas possivelmente mais mísseis, disparados pela Coreia do Norte terão caído fora da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão.

"O número extremamente elevado de lançamentos de pelo menos três locais num curto período de tempo é sem precedentes", disse, acrescentando que os lançamentos de mísseis que ameaçam a paz e a segurança internacionais não podem ser tolerados.

Segundo o Ministério da Defesa do Japão, seis dos mísseis atingiram uma altitude máxima de entre 50 a 100 quilómetros, e percorreram uma distância de cerca de 300 a 400 quilómetros.

O Japão protestou formalmente contra as últimas ações da Coreia do Norte através dos canais diplomáticos com Pequim, disse Kishi.

Em resposta ao lançamento de domingo, o chefe de segurança nacional da Coreia do Sul, Kim Sung-han, reuniu-se com a comissão permanente do Conselho de Segurança Nacional e chamou aos repetidos lançamentos de mísseis balísticos do Norte "um desafio à postura de segurança" do novo governo, disse o gabinete presidencial.

O lançamento de domingo é o terceiro teste de mísseis da Coreia do Norte desde que o novo Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol tomou posse a 10 de maio.

O Presidente do Estado-Maior Conjunto Won In-choul e comandante máximo do Comando das Forças Combinadas ROK-US Paul LaCamera também realizou uma reunião virtual e reafirmou a sua capacidade de defesa combinada para detetar e intercetar imediatamente os mísseis norte-coreanos.

O lançamento ocorreu um dia após as marinhas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos terem concluído um exercício combinado de três dias nas águas ao largo de Okinawa, no Japão, confirmou o exército da Coreia do Sul à CNN.

Num comunicado de imprensa, a Marinha dos EUA disse ter destacado o seu porta-aviões de propulsão nuclear, o USS Ronald Reagan, juntamente com o Carrier Strike Group 5. Também envolvido no exercício estava o navio ROKS Sejong, o Grande da Marinha da Coreia do Sul e navio anfíbio de assalto Marado, disse a Marinha dos EUA.

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