Cantora e fadista Mísia morreu este sábado, aos 69 anos
A cantora e fadista Mísia morreu este sábado, aos 69 anos. A notícia foi avançada por Richard Zimler, amigo da cantora, num post nas redes sociais: "Estou desolado, pois a minha velha amiga, a cantora Misia, acabou de nos deixar. Partiu em paz, docemente, sem dores".
Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar, nasceu no Porto, e no início dos anos 90 iniciou-se no fado, tendo lançado o seu primeiro álbum, em nome próprio, em 1991. Ao longo de mais de 30 anos de carreira, ganhou inúmeros prémios e distinções nacionais e internacionais.
Susana Maria Alfonso de Aguiar nasceu no Porto e protagonizou uma carreira de cerca de 34 anos, durante a qual atuou nos mais variados palcos do mundo e recebeu diferentes prémios, entre eleso galardão francês Charles Cross pelo seu álbum “Garra dos Sentidos”, no qual gravou poemas de Natália Correia, Mário Cláudio, Lídia Jorge, José Saramago, Lobo Antunes, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, e António Botto.
Em 2022 lançou o seu último álbum, em conjunto com o livro autobiográfico intitulado "Animal Sentimental", parte de um projeto tríptico sobre trinta anos de carreira, que inclui um livro, com o mesmo título e saído no verão desse ano e estreou um novo espetáculo.
Tiago Torres da Silva, Fernando Pessoa, Mário Cláudio, Natália Correia, Vasco Graça Moura e Lídia Jorge foram os autores escolhidos por Mísia para "Animal Sentimental".
No livro, autobiográfico, a fadista conta episódios inéditos da sua carreira, recuando às memórias de infância e da adolescência, os tempos do colégio interno, gerido por freiras, no Porto, a avó catalã e a mãe, bailarina de flamenco, uma biografia, que como disse à Lusa, a partir de 1991, começou a ser fixado nos discos".
No livro, a cantora narrou a sua luta contra o cancro, que lhe foi diagnosticado três vezes.
Governo realça que “foi uma voz fundamental na renovação do fado”
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, considerou hoje que Mísia “foi uma voz fundamental na renovação do fado”, numa nota de pesar pela morte da fadista.
“Com uma vasta carreira, Mísia foi uma voz fundamental na renovação do fado, sem receio de experimentar novas sonoridades e abordagens menos convencionais” afirmou, referindo que “granjeou o reconhecimento dos seus pares”.
“Deixa-nos uma vasta lista de colaborações com músicos de todo o mundo, que demonstra a sua versatilidade e o seu talento”, refere ainda a titular da Cultura que apresenta “aos seus familiares, amigos e admiradores”, “as mais sentidas condolências”.