Num dia em que Portugal soube que houve um excedente de 0,7% do PIB em 2024, Joaquim Miranda Sarmento mantém as críticas que fez ao seu antecessor
O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, reafirma o que disse em maio de 2024 sobre as contas que herdou do seu antecessor, Fernando Medina. Quando Miranda Sarmento tomou posse, disse assim: “As contas públicas estão numa situação muito pior do que o anunciado” - algo que se devia, alegou em maio de 2024, ao “eleitoralismo” do Executivo PS.
“O que eu disse no início de maio de 2024 foi factual”, disse o ministro esta quarta-feira à noite na CNN Portugal. “Em contabilidade pública havia, no primeiro trimestre, um défice, que depois também se revelou um défice em contas nacionais. Uma parte daquilo que é a reserva do Ministério das Finanças, normalmente gasta a partir de agosto ou setembro, tinha sido gasta - uma parte muito significativa. E houve muitas decisões do Governo já depois da demissão do anterior primeiro-ministro”. Por outro lado: “Também sempre disse que o país chegaria ao fim do ano com um excedente orçamental em contas nacionais e é isso que sucede neste momento”, afirmou o ministro.
O país verifica então 0,7% de excedente do PIB em 2024 e o ministro aproveita para fazer uma previsão para a dívida pública. “Se não for em 2025, será seguramente em 2026 que a dívida pública portuguesa ficará abaixo da média da União Europeia e da Zona Euro.”
E porque estamos no arranque de um período eleitoral, Joaquim Miranda Sarmento deixa uma espécie de promessa aos pensionistas: “Se voltarmos a ser Governo, e estou confiante de que sim, podemos voltar a atribuir um suplemento aos pensionistas, como fizemos em 2024. Mas sempre condicionado à execução orçamental”, sublinhou - e garantiu que será dada prioridade às pensões mais baixas.
Sobre o PRR, Miranda Sarmento acredita que a execução do mesmo não será afetada pela “incerteza e alguma entropia” das eleições legislativas de 18 de maio e espera uma aceleração da execução após a Comissão Europeia aprovar em maio um plano de reprogramação do PRR, apresentado em janeiro.