Fim da central termoelétrica do Pego: "Um dia feliz", diz Matos Fernandes

30 nov 2021, 10:07

O ministro do Ambiente realçou ainda que o lítio é o metal em que assenta a digitalização e a descarbonização

Encerra oficialmente esta quinta-feira a central termoelétrica do Pego. Em entrevista à CNN Portugal, o ministro do Ambiente reiterou a importância deste dia para a descarbonização do país.

Esta era a última produtora de eletricidade a partir de carvão em funcionamento, depois de no início do ano a central termoelétrica de Sines ter encerrado.

“Um dia feliz. Portugal é o quarto país da Europa a abandonar a produção de eletricidade a partir de carvão”, ressalva Matos Fernandes.

Perante a situação precária em que ficaram os trabalhadores da termoelétrica e das empresas subcontratadas, João Pedro Matos Fernandes reitera que novos investimentos vão criar entre 600 a 700 novos postos de trabalho na região situada no concelho de Abrantes, em Santarém.

Até lá, o ministro garante que os vencimentos destas pessoas serão "pagos por inteiro pelo Estado". Realçando ainda que os funcionários de empresas que prestavam serviços serão tratados da mesma forma que os próprios funcionários da termoelétrica do Pego.

A que vai dar lugar a termoelétrica do Pego?

O ministro explica que o objetivo agora é transformar a infraestrutura numa central produtora renovável de eletricidade. Matos Fernandes garante que o Governo é “completamente neutro quanto à energia" que será produzida no local. 

O ministro refere que “existe na central do Pego, ou ao lado, um ponto de ligação extremamente potente com mais de 600 mega watts que é um bem público" que "não pode ser desperdiçado". Contudo, as dúvidas persistem e só deverão ser dissipadas após a apresentação de projetos através de concurso. 

"Aquilo que nós lançámos foi um concurso, em setembro, e as propostas serão entregues no dia 17 de janeiro. (…) Há uma coisa que sei. Nós somos completamente neutros em relação à tecnologia, se é biomassa, hidrogénio verde, produção solar, eólica… Mas toda aquela injeção na rede vai ser feita a partir de fontes renováveis", explica Matos Fernandes.

O responsável pelo Ambiente lembra, em tom de exemplo: “As emissões da biomassa são as piores entre as renováveis, mas qual é a energia que garante mais postos de trabalho? Isso não há dúvida que é a biomassa”.

“A nossa meta era chegar a 2030 com 80% da eletricidade proveniente de fontes renováveis. Mas, dizem-nos as autoridades que auditam o setor de forma independente, que até vamos conseguir isso antes”, aponta o ministro do Ambiente.

Exploração de lítio em Portugal

Questionado sobre a importância da exploração a nível nacional, Matos Fernandes ironicamente responde que “se não houvesse lítio não havia CNN Portugal”. O ministro lembra que o lítio é "um metal essencial para a digitalização e para a descarbonização” e isso não pode nem deve ser ignorado.

Apesar de ainda não ser certo qual a real dimensão das reservas de lítio em Portugal, estima-se que o subsolo nacional tenha a maior quantidade deste metal em toda a Europa.

“Só com estudos se poderá saber qual a quantidade de lítio. Pensa-se que Portugal seja o país da Europa com maiores reservas", explica o ministro Matos Fernandes.

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