Manuel Pizarro desagradado com greve dos auxiliares de ação médica e assistentes técnicos "a meio de um processo negocial"

Agência Lusa , CNC
19 mai 2023, 15:15
Manuel Pizarro (Lusa)

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirma que não lhe agrada a ideia da realização de uma greve a meio de um processo negocial, e afirma que olha para as manifestações marcadas para sábado em várias regiões do país com um sentimento misto.

O ministro da Saúde disse hoje respeitar o direito à greve, mas admitiu não ficar “muito agradado” com a realização de uma paralisação “a meio de um processo negocial”.

“Respeito o direito à greve. Pessoalmente não me agrada a ideia de fazer greve a meio de um processo negocial. Acho melhor concluir o processo negocial e, depois, ver se foi possível chegar a entendimento ou não”, referiu Manuel Pizarro.

A adesão à greve dos auxiliares de ação médica e assistentes técnicos atingiu hoje os 100% nalguns hospitais do país, como o de Tondela, e a média nacional rondou os 95%, segundo os sindicatos.

A criação da carreira de técnico auxiliar de saúde, a valorização da carreira de assistente técnico, a aplicação das 35 horas semanais de trabalho a todos os trabalhadores da saúde e a admissão dos efetivos necessários ao Serviço Nacional de Saúde são algumas das reivindicações desta greve, que arrancou às 00:00 e se prolonga por todo o dia de hoje.

Em Viana do Castelo, em declarações aos jornalistas após uma visita ao hospital de Santa Luzia, o ministro da Saúde garantiu que “o Governo vai cumprir integralmente, não apenas o seu programa, como o compromisso, que está inscrito no Orçamento de Estado para 2023, de fechar, ainda este ano, as negociações para a carreira dos técnicos auxiliares de saúde”.

“Respeito, em absoluto, o direito à greve, mas temos feito um esforço grande de negociação com os diferentes sindicatos da função pública, com resultados melhores em alguns setores e mais fracos noutros setores”, referiu.

Manuel Pizarro apontou o caso do hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, por, “independentemente dos constrangimentos que uma greve sempre causa”, a capacidade de atendimento ter sido “conservada, no essencial”.

“Os serviços estão a funcionar, o que só revela que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são pessoas muito conscientes porque mesmo quando exercem os seus direitos nunca esquecem que nestes serviços está em causa um bem maior que é a saúde das pessoas”, destacou.

Sobre as marchas previstas para sábado em várias cidades do país, Manuel Pizarro disse que olha para essas manifestações com um sentimento “misto”.

“Por um lado, fico sempre preocupado porque em causa estão os problemas do SNS. Por outro lado, fico contente, não apenas como ministro, mas como cidadão, por saber que a causa do SNS continua a mobilizar a sociedade portuguesa”, referiu.

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