Ministra do Ambiente e da Energia quer melhorar os acessos ferroviários em todo o país
O que o Governo tem projetado chega para atingir os objetivos ambientais do país, mas há um problema que pode atrasar tudo: a ferrovia. Seja porque há problemas na Infraestruturas de Portugal (IP) ou na CP, o desenvolvimento do comboio como transporte em Portugal passa por problemas constantes e crónicos.
A admissão é da ministra do Ambiente e da Energia, que fala num problema que tem mesmo de se resolver para que o país consiga atingir as metas a que se propôs, e que até são mais ambiciosas que o exigido pela Comissão Europeia - Portugal planeia atingir a neutralidade carbónica em 2045, em vez dos propostos 2050.
“O que temos projetado, se for executado, chega [para atingir as metas, nomeadamente os 55% de neutralidade carbónica em 2030]”, garantiu a ministra na CNN Portugal Summit dedicada à Economia Verde. “O problema é que a ferrovia se atrasa sistematicamente, temos de resolver esse problema”, até porque é um setor onde o país “se atrasou como um todo”.
Parte da solução é colocar o comboio como um meio verdadeiramente útil aos portugueses. Maria da Graça Carvalho lembrou que a Comissão Europeia defende que todas as deslocações inferiores a 400 quilómetros devem ser feitas, preferencialmente, desse modo, mas Portugal não tem uma rede ferroviária como outros países - Espanha, por exemplo, é um país conhecido por ter das melhores redes ferroviárias do mundo.
Sobre os objetivos de Portugal para o Clima, a ministra do Ambiente e da Energia destacou que se pediu mais ao país do que a outros. “As metas para 2030 são ambiciosas, mas em Portugal as metas das energias renováveis são exequíveis e estamos no bom caminho”, garantiu, lembrando que Bruxelas pediu à esmagadora maioria dos países um consumo de energia por renováveis de 42,5% mais 2,5%, enquanto para Portugal a meta sugerida foi de 47%, sendo que o Governo acabou por adotar os 51% sugeridos pela Comissão Europeia.
“A Portugal é pedido um esforço maior, porque a Comissão Europeia pensa, baseada em cálculos, que Portugal pode ir mais além da média europeia”, reiterou Maria da Graça Carvalho.