Espanha quer professores a controlar redes sociais dos alunos para prevenir bullying e assédio sexual

14 nov 2022, 20:02
Bullying/Escolas (Getty Images)

Ministério da Educação espanhol explica que não se trata de "espiar", mas sim "monitorizar"

O governo de Espanha quer que os professores vigiem as redes sociais dos alunos, com o objetivo de mitigar e controlar o bullying e o assédio sexual nas escolas. Pelo menos é isso que consta no documento elaborado pelo Instituto Nacional de Cibersegurança (INCIBE), apresentado esta segunda-feira pelo Ministério da Educação no Observatório Estatal da Convivência Escolar.

De acordo com o El Mundo, esse documento inclui ainda algumas recomendações para trabalhar a "convivência cibernética" nas escolas tanto para professores como para os pais. O executivo propõe que os professores façam um acompanhamento das redes sociais utilizadas pelos estudantes.

"Pode ser interessante a deteção proativa de situações de risco, por exemplo, mediante a monitorização de comentários e atividades do aluno dentro das plataformas educativas, ou o seguimento de hashtags e menções relacionadas com o estabelecimento de ensino nas redes sociais preferidas do aluno, assim como a criação de alertas em pesquisas com termos relacionados com o centro educativo." 

Purificación Llaquet, vice-diretora geral da Cooperação Territorial e Inovação Educativa do Ministério, fez questão de esclarecer que "não se trata de espiar, mas de monitorizar, estar ciente das redes sociais que os alunos usam". E relembrou que há muito pais que, em tempos, "iam ao Facebook dos filhos ver o que é que eles faziam".

Llaquet disse ainda que "há muitos professores que não conhecem bem as redes sociais" e, por isso mesmo, criarem uma conta para verem as páginas que os seus alunos seguem pode ajudar a mantê-los "atualizados" e a prevenir comportamentos de risco. De qualquer forma, defendeu, devem ser "criados espaços e tempo nas salas de aula para se conversar com os alunos".

No guia, o Ministério da Educação explica ainda que o fenómeno do bullying está cada vez mais presente nas redes sociais e que em Espanha pelo menos 10% dos alunos já sofreram de assédio sexual em alguma dessas plataformas.

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