Buscas estão relacionadas com a operação "Tempestade Perfeita" e o secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, foi constituído arguido, depois de ter apresentado a demissão
A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público (MP) efetuaram buscas nas instalações do Ministério da Defesa Nacional a propósito de "atos praticados entre 2018 e 2021" relacionados com a operação "Tempestade Perfeita".
Em comunicado enviado às redações, o Ministério da Defesa Nacional "confirma a presença da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas suas instalações", nomeadamente na Direção Geral de Recursos da Defesa Nacional, "no âmbito de averiguações a atos praticados entre 2018 e 2021".
Ao que a CNN Portugal apurou, estas averiguações estão relacionadas com a operação Tempestade Perfeita, que assentou essencialmente no caso da construção do Hospital Militar de Belém, em Lisboa. Em causa, estão gastos de cerca de 3,2 milhões de euros na empreitada para reconverter o antigo Hospital Militar de Belém, em Lisboa, num centro de apoio à covid-19, obra que tinha como orçamento inicial 750 mil euros. A derrapagem foi revelada por uma auditoria da Inspeção Geral da Defesa Nacional (IGDN), que visou a atuação de Alberto Coelho.
O secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, demitiu-se esta sexta-feira na sequência destas buscas.
Seis meses depois do início da investigação, o MP prepara-se para proferir acusação nos próximos dias e Marco Capitão Ferreira também deverá ser acusado no processo, por uma questão paralela à do hospital: a da alegada contratação fantasma de um assessor.
"O Ministério da Defesa Nacional reafirma a sua total colaboração com as autoridades em tudo o que lhe for solicitado", acrescenta-se no comunicado.
Em comunicado, a PJ confirma que as buscas decorrem no âmbito da "Tempestade Perfeita", cujas primeiras buscas e detenções ocorreram em 6 de dezembro de 2022.
Esta sexta-feira procedeu-se à realização de uma "nova operação policial visando a execução de dois mandados de busca, um de busca domiciliária e o outro de busca não domiciliária", bem como "a recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas, designadamente corrupção e participarão económica em negócio".
No final da operação, Marco Capitão Ferreira foi constituído arguido por suspeitas de corrupção e participação económica em negócio.