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Um primeiro-ministro "desfasado da realidade" que anunciou um "castigo" para os portugueses: como Sousa Tavares vê as medidas de Montenegro

15 ago, 21:33

Aumento extraordinário das reformas em outubro, passe ferroviário nacional e abertura de mais vagas em medicina mereceram a atenção do comentador

Uma “alternância entre contas públicas péssimas e ótimas”, um “castigo” para os portugueses e um país sem falta de médicos.

Miguel Sousa Tavares viu na Festa do Pontal, que marcou a rentrée política do PSD, um primeiro-ministro “desfasado da realidade” do país.

Luís Montenegro disse que o país está melhor na saúde, por exemplo, mas o comentador da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal) vê problemas em vários setores, desde logo no discurso.

“Vi o cartaz do PSD, de que ‘Portugal está no bom caminho’, e depois comparei com o discurso de Luís Montenegro no Pontal e achei que alguém estava desfasado da realidade, e parece-me que é o primeiro-ministro”, afirmou, na rubrica 5.ª Coluna.

Isto porque, entende Miguel Sousa Tavares, o Governo continua numa “alternância” entre dizer que as contas públicas estão péssimas e não são possíveis algumas medidas, ou as contas públicas estão ótimas e há dinheiro para vários anúncios.

“Agora parece que estão ótimas outra vez e, portanto, vai haver um bónus para os reformados, que é sempre uma boa medida eleitoral”, frisou.

Outra das medidas anunciadas foi o passe ferroviário nacional. Uma medida já existente, como lembrou Miguel Sousa Tavares, e que permite viajar nos comboios urbanos, regionais, inter-regionais e intercidades por todo o país por um preço fixo, que vai passar a ser de 20 euros.

O problema, referiu o comentador da TVI, é que as condições da CP não são ideais a vários níveis. “São aqueles magníficos comboios que vêm do século XX, alguns talvez até do século XIX, modelos de conforto”, ironizou, dizendo que é também “preciso que a CP não esteja em greve, depois é preciso que não esteja atrasada, depois é preciso andar naqueles comboios”.

“Não é propriamente um bónus, é um castigo, mesmo. Se houver aderentes a este passe, pode-se dizer que deve ser das poucas vezes que a CP vai ter passageiros voluntários, e não por obrigação”, acrescentou.

Já sobre a saúde, área em que o primeiro-ministro anunciou a criação de mais vagas nas faculdades de medicina, Miguel Sousa Tavares sublinhou que o problema não é a escassez de médicos, tal como não é o investimento, que vem a aumentar de ano para ano.

"Não temos falta de dinheiro, nem temos falta de dinheiro. Temos falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde", explicou, falando numa "péssima gestão" e dando como exemplo as férias dos médicos em agosto.

"Isto é mau planeamento e má gestão", terminou.

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