Miguel Sousa Tavares explica como Gouveia e Melo, o candidato a Presidente, já tem "73% à partida". "Não sei se esse facto é saudável ou não"

CNN Portugal , ARC
28 nov 2024, 22:19

Na rubrica semanal da TVI, Miguel Sousa Tavares afirmou que Gouveia e Melo passa uma ideia de "eficácia" num contexto em que "só vemos ineficácia e incompetência"

O almirante Gouveia e Melo vai candidatar-se a Belém e vai ser "um bom candidato", diz Miguel Sousa Tavares na rubrica semanal no Jornal Nacional da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), 5ª Coluna. "Vem como um cidadão que vai despir a farda da Marinha, que é lindíssima, como sabemos, e vai vestir a farda civil - com a qual nunca o vi."

Para o comentador, o facto de Gouveia e Melo não se candidatar a Belém associado a um partido é algo que já se viu e pode não o prejudicar - pelo contrário. "Já vimos com Marcelo um candidato que não tinha apoio formal de nenhum partido - e ganhou. Gouveia e Melo vai ter uma vantagem, que não sei se é saudável ou não, que é ser candidato fora dos partidos. Como só 27% dos portugueses é que confiam nos partidos, Gouveia e Melo tem 73% dos outros com ele à partida", explica.

E, no fim de contas, o almirante é "um bom candidato". Tudo porque, diz Miguel Sousa Tavares,  "transmitiu uma ideia que não é necessariamente de autoridade mas de eficácia à frente de um serviço que desempenhou para o Estado", referindo-se ao processo de vacinação contra a covid-19 durante a pandemia.

Gouveia e Melo passa por isso uma ideia de "eficácia" num contexto em que "só vemos ineficácia e incompetência". "Lembro-me de quando foi ao centro de saúde de Algés. Aquilo estava tudo parado e em algumas horas ele pôs aquilo a funcionar."

Miguel Sousa Tavares recorda, por outro lado, antigas declarações do almirante que em nada faziam prever uma eventual candidatura a Belém. Por exemplo: "a democracia não precisa de militares", "se isso acontecer deem-me uma corda para me enforcar". O comentador sublinha que "as coisas mudam". "Em todo o caso, o bichinho veio-lhe de algum lado. Percebe-se que não é um político rotinado, porque em política nunca se deve dizer nunca e ele não o devia ter dito."

O almirante Gouveia e Melo comunicou ao Conselho do Almirantado, esta quinta-feira, que está indisponível para continuar mais dois anos na chefia do Estado-Maior da Armada. Terminando o mandato em dezembro. Isto acontece depois de um encontro informal entre o almirante e o ministro da Defesa, Nuno Melo, que terá ocorrido com o mesmo propósito.

Esta semana, tanto o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro da Defesa, Nuno Melo, recusaram comentar o processo. O almirante Gouveia e Melo tem de ser substituído no cargo por um dos atuais vice-almirantes, mas deve ficar no ativo por mais quatro meses até passar à reserva.

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