Montenegro diz que Pinto Luz está "fortalecido" pelo "excelente trabalho que tem feito"

3 set, 22:03

Primeiro-ministro insiste que o relatório da IGF "não traz novidade nenhuma" sobre a privatização da TAP em 2015 e prefere focar-se no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo agora ministro das Infraestruturas

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, mantém a confiança em Miguel Pinto Luz, apesar do relatório da Inspeção-Geral das Finanças (IGF), que admite suspeitas de crime na privatização da TAP em 2015, altura em que Pinto Luz era secretário de Estado.

Questionado sobre se mantém a confiança no agora ministro das Infraestruturas e da Habitação, Luís Montenegro insiste que quer "governar o país com o intuito de cumprir toda a legislatura", até 2028, "com a expectativa de levar a bordo todos os membros do Governo, porque estão a fazer um grande trabalho, em particular o ministro das Infraestruturas e Habitação", destacou.

À entrada para um encontro com militantes do PSD/Lisboa, no âmbito da recandidatura à liderança da presidência do partido, Luís Montenegro diz que este relatório, divulgado na segunda-feira, "não traz novidade nenhuma", e rejeita a ideia de que Miguel Pinto Luz esteja agora "enfraquecido" politicamente.

Pelo contrário, diz o primeiro-ministro, Miguel Pinto Luz "está fortalecido pelo excelente trabalho que tem feito como ministro das Infraestruturas e da Habitação", destacando os vários projetos que estão em curso na tutela, incluindo a localização do novo aeroporto e a aposta na ferrovia.

Em causa está um relatório da IGF que concluiu que o negócio de compra da TAP por David Neelman foi financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares feito pela Airbus, em troca da compra pela companhia aérea de 53 aviões à construtora aeronáutica europeia.

Segundo a auditoria, o negócio era do conhecimento da Parpública e do Governo da altura, liderado por Pedro Passos Coelho, e do qual Miguel Pinto Luz fazia parte, enquanto secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações. Razão pela qual PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre decidiram chamar o agora ministro ao Parlamento, bem como a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.

Miguel Pinto Luz respondeu às críticas afirmando que a legitimidade das suas funções atuais pertence ao primeiro-ministro e frisou que "não há nada a esconder".

"O processo de privatização da TAP foi iniciado pelo anterior governo. Este está a prosseguir. Ainda ontem foi público que reunimos, eu e o senhor ministro das Finanças [Joaquim Miranda Sarmento] com um potencial interessado [Lufthansa], temos vindo a reunir e é isso que vamos continuar", vincou.

O Governo já enviou o relatório da IGF sobre a TAP ao Ministério Público e à Assembleia da República após o ter recebido na semana passada, disse também hoje o governante.

"Nada há a esconder, foi tudo transparente, é por isso que este Governo se pugna. Pugna por transparência, por total abertura dos processos. Foi isso que fizemos, aguardaremos os resultados", afirmou.

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