"Temos uma grande perspetiva de que esta pandemia fique resolvida durante o mês de março", diz Bastonário da Ordem dos Médicos

CNN Portugal , BCE
16 fev 2022, 20:06

Miguel Guimarães defende que o país deve "ir mais longe" em algumas medidas específicas, nomeadamente no período de isolamento, na testagem e na vacinação contra a covid-19

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, diz que Portugal está "no bom caminho" para resolver a pandemia "durante o mês de março" e defende novas medidas do ponto de vista do isolamento, da testagem e da vacinação.

Em entrevista à CNN Portugal, Miguel Guimarães adianta que concorda com "a generalidade das medidas" apresentadas na reunião desta quarta-feira entre peritos e representantes políticos no Infarmed, e considerou que o combate à pandemia em Portugal está "num bom caminho".

"Temos aqui uma grande perspetiva de que esta pandemia fique resolvida durante o mês de março", assinala.

Contudo, o bastonário considera que se deveria "ir mais longe" na definição do período de isolamento dos assintomáticos, defendendo que "as pessoas que não têm sintomas não precisam de ficar isoladas". 

"Têm, isso sim, de andar com máscara e evitar grandes aglomerados", ressalva.

Em relação às pessoas que apresentam "sintomas moderados", o Bastonário da Ordem dos Médicos defende que o período de isolamento passe dos atuais sete para cinco dias.

Miguel Guimarães considera ainda que, tendo em conta a taxa de vacinação e a imunidade natural, o condicionamento do acesso aos espaços à apresentação do certificado digital "deixa de fazer sentido" na generalidade dos estabelecimentos, incluindo hotéis e restaurantes, à exceção dos "locais mais frágeis", como lares de idosos e hospitais.

Testagem em massa vai deixar de ser possível, alerta Miguel Guimarães

O bastonário abordou ainda a testagem de despiste à covid-19, considerando que "a testagem em massa" que o país tem vindo a fazer "já não vai ser necessária nem vai ser sequer possível". 

"Esgotámos a nossa capacidade de testagem e, neste momento, tem de se focar mais naqueles casos em que é mesmo necessária", como nas situações em que existem sintomas da covid-19.

Em relação à vacinação, Miguel Guimarães assinala que, no futuro, pode vir a ser necessária apenas "uma vacina por ano", que poderá ser administrada nos meses de outubro ou novembro, dada a sazonalidade do vírus, que é "mais forte" no Inverno.

"No futuro [vamos] fazer uma vacina por ano e chega. O resto é fazer a nossa vida normal", considera.

Depois da reunião desta quarta-feira no Infarmed, o Governo prepara-se para anunciar alívio das medidas com base neste encontro. Vamos caminhar para o nível 1 de restrições e, se correr bem (para isso é recomendada uma avaliação quinzenal), chegaremos em breve ao nível 0 - que será uma espécie de libertação (não total mas quase).

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