"Estratégia adotada pela Proteção Civil revelou-se a mais acertada". Miguel Albuquerque faz ponto da situação dos incêndios

24 ago, 10:40

Presidente do Governo Regional da Madeira confirmou que "neste momento não há qualquer foco de incêndio"

Miguel Albuquerque começou o ponto de situação por relembrar que os incêndios não fizeram vítimas nem atingiram habitações e que, por isso, "a estratégia adotada pela Proteção Civil revelou-se a mais acertada".

"Queria realçar mais uma vez que até agora a estratégia adotada pela Proteção Civil, que é a de uma forma de proteger a floresta, colocando as forças e os agentes da Proteção Civil e os bombeiros nos pontos escritos, protegendo os núcleos urbanos e as infraestruturas públicas, revelou-se mais uma vez a mais acertada face à complexidade deste incêndio. Ou seja, tecnicamente as decisões foram as adequadas e aquelas que, face à ameaça batente, eram as mais corretas".

Já sobre a floresta laurisilva, o presidente do Governo Regional da Madeira "não foi afetada na sua integridade".

"Até o momento, e passados 11 dias, não há qualquer vítima a lamentar, não há qualquer pessoa ferida, nenhuma habitação foi consumida pelo fogo, nenhuma estrutura essencial pública foi afetada, designadamente as centrais hidroelétricas, e segundo um levantamento sucinto que foi feito com o Instituto das Florestas, da Conservação da Natureza, apenas foram danificadas alguns espaços residuais da floresta laurissilva, designadamente na Encomiada, no Lombo do Rosal, e na zona sobre a Serra do Caldeirão Verde. Isso significa que a floresta laurissilva, apesar da dimensão destes incêndios, não foi afetada na sua integridade enquanto património natural da Unesco", afirmou

Albuquerque avançou ainda que "neste momento não há qualquer foco de incêndio". 

"Temos ainda algum foco de potencial reacendimento na zona alta da Lombada. No Pico das Torres e no Polo da Serra, os focos e as frentes de incêndio foram extintas. E ainda ontem, como sabem, houve um reacendimento na Ponta do Sol, numa zona de canavial, longe das habitações, mas, como sabem, as forças aéreas tiveram também, nessa zona, a despejar água no sentido de garantir o arrefecimento do Sol e neste momento não há qualquer foco de incêndio".

Lembrando que "é importante agradecer à população", o presidente da Madeira agradeceu ainda aos operacionais no terreno e lembrou a importância dos meios aéreos.

"Queria mais uma vez realçar aqui o papel dos meios aéreos. O helicóptero, desde o dia 14, efetuou 327 descargas. Os canadairs, entre 22 e 23 de agosto, realizaram 26 descargas. A média das descargas dos canadairs são 5 toneladas de água cada descarga. O helicóptero anda à volta de 800 litros por descarga. Queria também dizer que, neste momento, é importante agradecer à população a sua compreensão pelos incómodos causados e os inconvenientes deste tipo de incidente. Queria também agradecer à população a sua compreensão, o cumprimento das regras, sobretudo as pessoas que tiveram que, preventivamente, ser evacuadas, a maioria delas que já regressaram".

Miguel Albuquerque realçou ainda que "os fogos com esta complexidade não se combatem nem com achismos, nem com voluntarismos, nem de improviso".

"Combatem-se com conhecimento técnico do terreno, com experiência, com rigor técnico, com sentido de planeamento e com o uso rigoroso dos recursos e dos meios que temos ao dispor, face aos cenários que estão a ser utilizados. Queria também dizer que temos na nossa Proteção Civil uma força e, sobretudo, funcionários competentes que estão devidamente formados no sentido de fazer face a estas ameaças e os nossos corpos de socorro também têm toda a formação e toda a competência para enfrentar situações de perigo. Para enfrentar situações complexas".

Apesar de não haver frentes ativas, Albuquerque lembrou que o arquipélago vai "continuar com o verão quente" e "é fundamental" continuar "a fazer o trabalho de prevenção".

"Queria também realçar que dadas as alterações climáticas, a qualquer momento podemos estar sujeitos a qualquer situação desta natureza. Em qualquer mês do ano. Lembro que há dois anos o incêndio que tivemos na Ponta do Parque foi em janeiro. Portanto, vamos manter as forças em presença e quero também aproveitar para agradecer ao Governo Nacional e ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil a pronta disponibilidade dos meios para ajudar no combate a este evento".

Após deflagrar há 11 dias no concelho da Ribeira Brava, na costa sul, o fogo propagou-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana, atingindo a cordilheira central da ilha. Este sábado de manhã, a Proteção Civil indicou que os operacionais se mantêm no terreno em fase de rescaldo, controlando alguns pontos quentes.

Nestes dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.

O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais. Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.045 hectares de área ardida.

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