BCE aumenta taxas de juro em julho e acaba com compra de dívidas

9 jun 2022, 16:03
Christine Lagarde - Banco Central Europeu

Christine Lagarde assumiu esta quinta-feira que a inflação está «indesejavelmente alta»

O Banco Central Europeu (BCE) confirmou esta quinta-feira que vai aumentar as taxas de juro em julho, o que acontece pela primeira vez em mais de uma década. A última vez que o Banco Central Europeu subiu as taxas de juro foi em 2011.

Após uma reunião extraordinária, em Frankfurt, os governadores decidiram «aumentar as principais taxas de juros em 25 pontos base», numa subida que se vai verificar a partir de 21 de julho, de acordo com o comunicado divulgado.

O BCE anunciou também que vai aumentar as taxas novamente em setembro, mas ainda sem uma previsão de quantos pontos base, estando este valor dependente das perspetivas económicas.

O BCE também revelou que o programa de compra de dívida pública termina a 1 de julho.

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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou esta quinta-feira que a inflação está «indesejavelmente alta», admitindo que deverá continuar acima da meta durante algum tempo.

O BCE reviu em alta as projeções de inflação para 6,8% este ano, antes de cair para 3,5% em 2023, acima dos 5,1% em 2022 e 2,1% em 2023 previstos em março.

Lagarde explicou que desta forma a instituição decidiu «dar novos passos na normalização de política monetária», reforçando que a calibração da política monetária irá continuar dependente de dados e irá refletir a avaliação das perspetivas em evolução.

«Estamos prontos para ajustar todos os nossos instrumentos dentro de nosso mandato, incorporando flexibilidade, se necessário, para garantir que a inflação se estabilize na nossa meta de 2% no médio prazo», disse.

Lagarde acrescentou ainda que, apesar de «a agressão injustificada da Rússia à Ucrânia estar a afetar gravemente a economia da zona euro» e as perspetivas serem dominadas por uma «alta incerteza», neste momento, «estão reunidas as condições para que a economia continue a crescer e a recuperar ainda mais no médio prazo».

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