Trabalhadores do Metro de Lisboa apresentam pré-aviso de greve para março

Agência Lusa , BCE
23 fev 2022, 17:19
Greve do Metropolitano de Lisboa

Em janeiro, maquinistas e inspetores do Metropolitano de Lisboa enviaram um ofício ao conselho de administração da empresa com as reivindicações dos trabalhadores, não descartando novas formas de luta, como a greve, caso as suas pretensões não fossem atendidas

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa apresentaram um pré-aviso de greve para os dias 11 e 18 de março, tendo em conta a desvalorização dos problemas dos funcionários por parte da administração, disse esta quarta-feira fonte sindical.

“[O pré-aviso de greve] Tem a ver com as condições de trabalho, a falta de efetivos e o clima por parte da direção relativamente aos trabalhadores, o que perturba o bom funcionamento”, disse, em declarações à agência Lusa, Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).

“Tendo em conta a informação que o conselho de administração do Metropolitano de Lisboa decidiu enviar aos trabalhadores, desvalorizando todos os problemas existentes nesta área, as organizações sindicais assinaram ontem [terça-feira] um novo pré-aviso de greve para os dias 11 e 18 de março, no período entre as 05:00 e as 09:00”, pode ler-se num comunicado divulgado esta quarta-feira.

Segundo Anabela Carvalheira, os sindicatos pretendem igualmente que a empresa “coloque em prática uma série de compromissos assumidos para com os trabalhadores há muito tempo”.

A sindicalista considera que a administração devia ter conta os problemas que existem, por exemplo, na área dos maquinistas, que pela sua condição de trabalho no subsolo “deviam ter uma vida mais calma”.

Anabela Carvalheira salientou ainda que o facto de as greves serem só em março ainda dá tempo à administração para resolver algumas das questões dos trabalhadores.

De acordo com a FECTRANS, o aviso prévio respeita as decisões dos plenários, pelo que abrange todas as chefias da Direção de Operações, bem como os maquinistas.

“Esta é a resposta de quem vê adiada a resolução dos problemas e que vai para a luta com a certeza de que apenas desse modo conseguirá obter melhores condições de trabalho e principalmente ‘respeito’ por quem dá o seu melhor todos os dias, pela prestação de um bom serviço público”, pode ler-se ainda na nota sindical.

Em janeiro, maquinistas e inspetores do Metropolitano de Lisboa enviaram um ofício ao conselho de administração da empresa com as reivindicações dos trabalhadores, não descartando novas formas de luta, como a greve, caso as suas pretensões não fossem atendidas.

Na altura, deram um prazo de oito dias à empresa para que fosse dada uma resposta às preocupações dos trabalhadores e apontadas soluções, sendo que há cerca de 300 pessoas no universo de trabalhadores maquinistas, encarregados e inspetores de tração.

O Metropolitano de Lisboa opera com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião), das 06:30 às 01:00 todos os dias.

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