Custo da linha Rubi do Metro do Porto sobe 50% para 450 milhões de euros

Agência Lusa , JGR
5 mai 2023, 17:59
Metro do Porto (JOSÉ COELHO/LUSA)

Sobre quem pagará o sobrecusto da empreitada, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, não apontou uma solução imediata, mas disse que avaliará "quais são as melhores condições para esses financiamentos: se é o PRR, se são empréstimos bonificados, se é valor do Fundo Ambiental ou do Orçamento do Estado"

O custo das obras para a construção da linha Rubi do Metro do Porto subiu cerca de 50% para 450 milhões de euros, face aos 299 milhões inicialmente previstos, disse esta sexta-feira o presidente da transportadora.

"Estaremos a falar de uma empreitada, em números redondos, que rondará os 450 milhões de euros, tudo. O processo 'chave na mão', sem material circulante", disse esta sexta-feira aos jornalistas Tiago Braga, numa visita às obras da linha Rosa do metro, junto ao Hospital de Santo António, no Porto, onde anunciou também que o concurso público desta empreitada que ligará Santo Ovídio - Casa da Música será lançado na próxima semana.

Acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e pelo secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, o presidente da Metro disse que, face à previsão inicial de 299 milhões de euros totalmente financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi necessário incorporar o mecanismo de revisão de preços, previsto face ao contexto atual de inflação.

"Os tais 30%, só isso são 100 milhões de euros. Estamos também a incorporar medidas que estavam previstas na própria DIA [Declaração de Impacte Ambiental]", algo que também "terá um sobrecusto" face ao inicialmente previsto, reconheceu Tiago Braga.

Sobre quem pagará o sobrecusto da empreitada, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, não apontou uma solução imediata, mas disse que avaliará "quais são as melhores condições para esses financiamentos: se é o PRR, se são empréstimos bonificados, se é valor do Fundo Ambiental ou do Orçamento do Estado".

"Não nos passa pela cabeça que projetos com esta importância e com este impacto não sejam concluídos no tempo em que estão previstos e nós não procuraremos, obviamente, ajustar aos seus orçamentos aquilo que são, como aqui foi dito, impactos normais e naturais", disse Duarte Cordeiro aos jornalistas.

O governante garantiu, no entanto, que os mecanismos para pagar os sobrecustos "estão assegurados, e há condições para que as obras todas se concretizem".

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e no Porto Campo Alegre e Casa da Música, estando prevista a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro.

No dia 14 de março, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu parecer favorável condicionado ao avanço da Linha Rubi, de acordo com a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) consultada pela Lusa.

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Linha Rubi foi colocado em consulta pública no dia 12 de outubro do ano passado, estimando-se então que a construção da linha levará dois anos e 10 meses e implicando demolições de edifícios em Gaia.

O EIA admite também que a nova ponte sobre o rio Douro causa um "impacto negativo bastante significativo" na paisagem e, "sobretudo, cenicamente", apesar de estarem previstas medidas de mitigação projetadas pelo arquiteto Álvaro Siza.

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