Meta diz ter travado a primeira campanha chinesa nas redes sociais para interferir na política norte-americana

CNN Portugal , FMC
28 set 2022, 12:07
Facebook. Créditos: Adobe Stock

Operação foi considerada de pequena escala e até algo amadora, mas os analistas dizem que ao mesmo tempo mostra uma nova direção na tentativa de desinformação

A Meta, dona do Facebook e Instagram, anunciou, na terça-feira, ter travado a primeira campanha chinesa de desinformação nas redes sociais nos Estados Unidos, que pretendia interferir na política interna norte-americana, nomeadamente nas eleições intercalares agendadas para novembro.  

As publicações começaram a aparecer em novembro no Facebook e no Instagram através de perfis falsos de homens, mas com nomes de mulheres, segundo a empresa. Os alegados utilizadores faziam-se passar por americanos conservadores, promovendo direitos como posse e uso de armas e oposição ao aborto, enquanto criticavam o presidente Joe Biden. Depois, em abril, apresentavam-sese principalmente como liberais da Florida, Texas e Califórnia, opondo-se às armas e promovendo os direitos reprodutivos.

No entanto, o amadorismo estendeu-se também ao mau uso da língua inglesa, tendo por isso falhado no objetivo de atrair seguidores.

A principal diferença para tentativas anteriores de interferência chinesa, que tinham como foco a política externa, prende-se, segundo a Meta, com o facto de agora assentar na política interna e nas questões mais fraturantes da sociedade norte-americana. 

O diretor de inteligência da empresa, Ben Nimmo, descreveu esta tática como “uma nova direção das operações de influência chinesa”, citado pelo The New York Times

"É falar com americanos, fingindo serem americanos, em vez de falarem da América para o resto do mundo. A operação é pequena em si mesma, mas é uma mudança", sublinhou. 

De acordo com a Meta, foram detetadas, no Facebook, 81 contas, oito páginas e um grupo. As publicações eram feitas durante o período laboral chinês, o que corresponde ao período de tempo em que os americanos estão normalmente a dormir.  

Apesar da tentativa não ter dado os frutos previstos e o impacto aparentar ser residual, a Meta defendeu a necessidade de denunciar a situação como forma de alertar para a possível ameaça de interferência chinesa nos assuntos políticos dos países rivais.

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