Guerra na Ucrânia: como fica a economia portuguesa e mundial (Pedro Santos Guerreiro explica)

24 fev 2022, 17:56

Mercados financeiros já sofrem com conflito armado e nem 24 horas passaram desde o início da guerra

A economia não teve tempo para se reajustar ao fim de dois anos de pandemia e, num momento em que a inflação já estava a subir, como vai ficar agora a economia mundial (e a portuguesa) com a guerra na Ucrânia? O que fazem os mercados financeiros é "tentar antecipar o que vai acontecer e por isso hoje já vimos as bolsas a cair", começa por explicar o diretor executivo da CNN Portugal, Pedro Santos Guerreiro. 

A verdade é que a inflação veio para ficar: já é possível ver o aumento do preço do petróleo, do gás natural, da eletricidade e até em alguns produtos alimentares. "Recordemos que a Rússia é um grande produtor de petróleo e de gás natural. Isso terá impacto global e atingirá também Portugal", continua Pedro Santos Guerreiro, explicando que o mundo atravessa agora uma subida de preços. "Enfrentamos a subida da inflação, há uma natural subida da taxas de juro e um menor crescimento económico."

O preço do petróleo tem um impacto direto na economia. "No caso do gás natural está a subir porque há receios que haja mesmo quebras de abastecimento na Europa, dada a dependência que existe em relação à Rússia." Mesmo o preço dos alimentos já está a subir. A Rússia e a Ucrânia, juntas, produzem cerca de 30% de todo o trigo mundial. "Hoje já se verifica o aumento do preço dos alimentos. Do trigo, do óleo de girassol", continua Pedro Santos Guerreiro, explicando que, ainda que a inflação não se encontre numa fase descontrolada, implica perda de poder de compra e o aumento do custo de vida.

Rússia lançou uma ofensiva militar sobre a Ucrânia durante a madrugada desta quinta-feira, tendo sido os centros de controlo ucranianos os principais visados. Do lado ucraniano, Volodymyr Zelensky impôs a lei marcial em todo o território, cortou relações diplomáticas com a Rússia, apelou aos ucranianos para evitarem “o pânico” e que confiem na capacidade do exército da Ucrânia para defender o país. Os ataques aconteceram pelo menos em Kiev, Carcóvia, no nordeste da Ucrânia, e também em Odessa. 

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