Navio Endurance de Ernest Shackleton descoberto ao largo da Antártida

Agência Lusa , PF
9 mar 2022, 09:49
Navio Endurance encalhado na Antártida (Getty Images)

O diretor da expedição, Mensun Bound, disse que o navio está intacto no fundo do mar, “num estado de conservação fantástico”

O navio Endurance do explorador Ernest Shackleton, que naufragou em 1915, foi descoberto ao largo da Antártida, no Mar de Wedell a 3.000 metros de profundidade, segundo um anúncio desta quarta-feira.

“Estamos muito emocionados por termos localizado e capturado imagens do Endurance”, disse Mensun Bound, diretor da expedição de exploração organizada pela Falklands Maritime Heritage Trust.

O explorador disse que o navio está intacto no fundo do mar, “num estado de conservação fantástico”.

"Até se consegue ler o nome do Endurance inscrito num arco na popa", contou, acrescentando que o navio foi descoberto a cerca de seis quilómetros do local do naufrágio.

A expedição de busca, que envolveu cerca de 100 pessoas, deixou a Cidade do Cabo em 05 de fevereiro a bordo de um quebra-gelo sul-africano, na esperança de encontrar os destroços antes do final do verão austral.

A expedição Endurance22 usou tecnologia de ponta, incluindo dois drones submarinos, para explorar a área, que Shackleton descreveu na altura como "a pior parte do pior mar do mundo" devido às suas condições de gelo.

Em 1914, o explorador anglo-irlandês Ernest Shackleton (1874-1922) embarcou no navio Endurance para a sua terceira viagem à Antártida e planeava atravessar a região via Pólo Sul.

Contudo, em 1915, o barco encalhou e afundou-se ao fim de 10 meses, ao ser esmagado pelo gelo.

A expedição tornou-se lendária por causa das condições de sobrevivência da tripulação, ao todo eram 28 elementos e todos sobreviveram, que acampou por meses no gelo antes deste derreter. Ernest Shackleton e seus companheiros partiram em pequenas embarcações para a ilha Elefante, ao largo da Península Antártida.

Da ilha, o explorador e a sua equipa fizeram uma viagem traiçoeira de 1.300 quilómetros até à ilha de Geórgia do Sul, com o barco "James Caird", tendo chegado ao seu destino 16 dias depois, corria o ano de 1916.

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