O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, garante que o grupo vai responder a Israel “independentemente das consequências” para vingar o assassínio do principal comandante do grupo há uma semana, mas manter os israelitas à espera faz “parte da punição”.
“O seu governo, o seu exército, a sua sociedade, as suas localidades e os seus ocupantes estão todos à espera”, disse Nasrallah. Manter Israel à espera faz “parte da batalha”, acrescentou.
Durante o discurso de Nasrallah, feito para homenagear o principal comandante do grupo, Faud Shukr, que foi assassinado há uma semana, foram ouvidos altos estrondos sonoros de caças israelitas a circular sobre o centro de Beirute. Uma equipa da CNN sentiu o prédio a tremer e viu os caças a dispararem vários sinalizadores.
A troca de tiros na fronteira dura há meses e intensificou-se esta terça-feira de manhã, depois de o Hezbollah ter lançado um “enxame” de drones em direção ao que o grupo diz ser alvos militares em cidades do norte de Israel. As Forças de Defesa de Israel disseram que um drone foi intercetado e que o incidente deixou várias pessoas feridas, incluindo um homem, que ficou gravemente ferido na cidade de Nahariya, no norte de Israel.
Antes, Israel tinha atingido um prédio no sul do Líbano, matando cinco pessoas. O exército israelita disse que o edifício era usado pelo Hezbollah.
Israel está a preparar-se para uma resposta do Hezbollah e do Irão pelos assassínios de Shukr e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que foi assassinado em Teerão na semana passada.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, e a sua Guarda Revolucionária Islâmica prometeram a Israel uma resposta “dolorosa” pelo assassinato de Haniyeh em Teerão.
Na segunda-feira, fora disparados foguetes contra a Base Aérea de Al-Asad, no Iraque, tendo ficado feridos vários militares norte-americanos, no que o Pentágono disse ter sido um ataque de grupos apoiados pelo Irão.
“Podemos todos responder ao mesmo tempo, ou talvez seja melhor no eixo [de resistência] que cada [grupo] responda da maneira que melhor lhe convier e com os alvos que escolher”, disse Nasrallah.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, ordenou recursos militares adicionais para a região, enviando um grupo de ataque de porta-aviões, um esquadrão de caças e navios de guerra adicionais para o Médio Oriente.
Autoridades de todo o mundo têm conduzido uma diplomacia de vaivém intensificada numa tentativa de conter a resposta do Irão. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia viajou para o Irão esta semana numa rara visita com o objetivo de diminuir as tensões, e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, estabeleceu ligações com ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 para discutir a necessidade urgente de diminuir as tensões.
Esta quarta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países islâmicos, incluindo o Irão, viajam para Jeddah para uma reunião extraordinária na Organização de Cooperação Islâmica para discutir o assassinato de Haniyeh.